A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, obteve a maior vitória eleitoral de seu Partido Trabalhista em meio século, neste sábado (17), quando os eleitores a recompensaram por uma resposta decisiva no combate à Covid-19.
A conquista significa que Ardern, de 40 anos, pode formar o primeiro governo de partido único em décadas e enfrentará o desafio de cumprir a transformação progressiva que ela prometeu, mas falhou em seu primeiro mandato, no qual o seu partido, de centro-esquerda, compartilhou o poder com um partido nacionalista.
“Esta é uma mudança histórica”, disse o comentarista político Bryce Edwards, da Victoria University em Wellington, descrevendo a votação como uma das maiores transformações na história eleitoral da Nova Zelândia em 80 anos.
Pandemia na Nova Zelândia
O país registrou, desde o início da pandemia, pouco mais de 1,8 mil casos confirmados de Covid e apenas 25 mortes por complicações do vírus. A Nova Zelândia chegou a ficar 102 dias sem nenhuma transmissão comunitária, antes de registrar uma segunda onda.
No início de outubro, Arden anunciou que o país estava novamente livre de contaminações, após 12 dias sem novos registros.
Vitória dos Trabalhistas
Os trabalhistas registraram cerca de 49% dos votos totais, quase o dobro do segundo mais votado (Nacional, com 27% dos votos). Esse já é o maior apoio que um partido conquistou em eleições no país desde 1996, quando o atual sistema de votação proporcional foi implantado.
O sistema de votação proporcional da Nova Zelândia significa que os partidos geralmente devem formar alianças para governar. O país faz parte da Comunidade Britânica, chamada de Commonwealth, e é uma monarquia constitucionalista que tem a rainha Elizabeth II como soberana.
Ardern prometeu aos apoiadores que vai construir uma economia que funcione para todos, criar empregos, treinar pessoas, proteger o meio ambiente e enfrentar os desafios climáticos e as desigualdades sociais.
“Estamos vivendo em um mundo cada vez mais polarizado”, disse. “Um lugar onde mais e mais pessoas perderam a capacidade de ver o ponto de vista umas das outras. Espero que, com esta eleição, a Nova Zelândia tenha mostrado que não somos assim.”