
Em suas redes sociais, Ian Bremmer, fundador e presidente da Eurasia Group – maior empresa de consultoria e pesquisa de risco político do mundo -, cogitou um cenário de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Bremmer citou, em seu boletim semanal, os impactos da crise epidêmica de coronavírus em países emergentes e a gestão dos chefes de estado.
“Ele diminuiu a importância do vírus, dizendo que as escolas deveriam ser abertas porque crianças não estão em risco e que as pessoas deveriam voltar à sua vida cotidiana”, escreveu em seu microblog no Twitter.
Bremmer também explica aos seus leitores que, como nos Estados Unidos, o sistema político no Brasil é “fortemente descentralizado”. Contudo, avalia que as declarações do presidente brasileiro mitigam a eficácia das medidas adotadas por administrações estaduais.
“O avanço da doença, que sobrecarrega o sistema de saúde, recairá solidamente sobre os ombros de Bolsonaro – arriscando o desenrolar de sua aliança reformista no Congresso e potencialmente até levando ao seu próprio impeachment”, alerta.
Ian Bremmer tem sido crítico do modo como o presidente Bolsonaro está lidando com a crise. No domingo, ele tuitou que nunca viu “um nível de irresponsabilidade” tão grande em líderes democraticamente eleitos. Em outro tweet, escreveu “Bolsonaro faz Trump parecer Churchill”, citando o episódio que Bolsonaro promoveu aglomeração de pessoas em Ceilândia, no Distrito Federal.
Brazil President Bolsonaro posts a photo of him in a crowd in Brasilia…taken down by twitter.
— ian bremmer (@ianbremmer) March 30, 2020
He’s going to get Brazilians killed. A level of irresponsibility I’ve never seen from a democratically elected leader. pic.twitter.com/K6FjE4ygM5
A Eurasia tem grandes investidores globais como clientes e Bremmer é um dos consultores mais cortejados da atualidade pelo mercado. É um dos mais prestigiados, por exemplo, no encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos.