O candidato apoiado pelo senador Flávio Bolsonaro para chefiar o Ministério Público do Rio (MP-RJ) , o procurador Marcelo Rocha Monteiro usou suas redes sociais para ofender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e mulheres.
Em 8 de junho, por exemplo, Monteiro publicou emojis de fezes ao compartilhar a notícia “Gilmar Mendes concorda com Celso de Mello ao comparar Brasil à Alemanha Nazista”. “Fezes mais fezes = 2 fezes”, dizia uma das postagens.
Duas semanas depois, o procurador mirou na ministra Cármen Lúcia. Após citar a reportagem “Acho difícil superar a pandemia com esse governo, diz Cármen Lúcia”, Monteiro escreveu: “Mais uma comentarista política no que deveria ser uma corte de Justiça. Acho difícil superar a mediocridade jurídica com esse tipo de magistrado”.
Em agosto, ele debochou da ministra, após ela dar um prazo de 40 horas para que o Banco Central desse explicações sobre a nota de RS 200. “Explicando para a brilhante ministra: nota de RS 200 corresponde a duas de RS 100, Excelência. Entendeu?”, zombou.
Ataques
O ministro Edson Fachin também foi alvo. “Esdrúxula decisão do ministro Fachin de proibir operações policiais no Rio durante a pandemia”, publicou o procurador, em 26 de junho. O candidato a procurador-geral do Rio também escreveu que o ministro Gilmar Mendes agiu com “leviandade” ao acusar, segundo ele, as Forças Armadas de genocídio. No fim de agosto, atacou o ministro Luís Roberto Barroso: “Palhaço, leviano, mentiroso”, escreveu ao compartilhar a notícia “Barroso diz que Bolsonaro defende a ditadura”.
Em 2018, o procurador fez postagens com ofensas a mulheres. Chamou de “cretina” uma que, ao escrever sobre atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro, disseque Lula, na visão dela, não alimentou ódio violento, ao contrário do atual presidente. Em outra publicação, seguiu: “Mais uma vagabunda”, referindo-se a outra mulher que afirmou que Bolsonaro plantou o ódio.
Eleição
A eleição para o próximo procurador-geral será em dezembro. Uma lista com os três nomes mais votados será enviada ao governador em exercício Cláudio Castro, que fará a escolha. Tradicionalmente, o mais votado conquista o cargo.
O futuro chefe do MPRJ vai conduzir processos importantes no Rio, como o contra Flávio Bolsonaro, acusado de comandar organização criminosa que recolhia parte dos salários dos servidores de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, quando era deputado, para repassar para ele.
Com informações do jornal O Globo