O PSB da Bahia lançou, em Salvador, um setorial para a discussão da Segurança Pública, pasta que a legenda está à frente no Governo Federal. Integrantes de diversas correntes do setor como policiais civis, militares, federais, penais, peritos e integrantes da Guarda Municipal de Salvador, além de bombeiros civis e salva-vidas se filiaram ao partido em ato que contou com a presença da presidente estadual, deputada Lídice da Mata, da presidente do partido em Salvador, Cássia Magalhães e do vereador Silvio Humberto.
Presente no ato, Lídice lembrou que o PSB tem experiências positivas na elaboração de políticas públicas de segurança e citou os exemplos dos estados de Pernambuco, Espírito Santo e Maranhão, que melhoraram seus índices de prevenção da violência. “Temos um dever de apresentar ideias para um debate nacional sobre o tema. Não podemos nos inibir com a tentativa de cooptação dos segmentos de segurança pública pelos pensamentos de extrema-direita, pois esse é um assunto que interessa ao conjunto de cidadãos brasileiros e é com eles que vamos discutir o tema”, afirmou a deputada
Vereador de Salvador, Silvio Humberto, ressaltou o combate ao racismo como prioridade para a melhoria da relação entre a polícia e a sociedade e lembrou que os negros são maioria nas estatísticas de mortes e de violência policial.
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Militante histórico do PSB, Reonei Menezes, que é policial civil, foi um dos idealizadores do setorial. “Temos que ter uma polícia antifascista e antirracista e que ouça mais o clamor da sociedade. Não podemos ser a polícia que mais mata e a que mais morre. A segurança precisa de uma discussão suprapartidária que esteja acima do debate ideológico e pensar mais nos anseios da sociedade”, analisou.
O também policial civil Eustácio Lopes pontuou que o PSB precisa trazer alternativas de uma polícia que discuta com a sociedade um modelo participativo de segurança, sem imposições do poder público, mas construído com a população.
Servidor da Guarda Civil Municipal de Salvador, Bruno Carianha, ressaltou o gesto inovador do partido e defendeu que os partidos de esquerda façam parte desta discussão para que a Segurança seja melhor cada vez mais para a população e também para os profissionais do setor. “As forças policiais não podem ser hostis e nem estar submetida a um tratamento hostil da sociedade”, completou.
Discussão está presente na legenda – O PSB já vem debatendo o assunto desde o seu processo de autorreforma e agora tem ampliado o espaço do tema com a presença do ministro Flávio Dino na pasta da Justiça e Segurança Pública no Governo Lula.
Em vídeo enviado aos participantes do evento realizado na Bahia, o secretário-executivo da pasta, Ricardo Capelli disse que viu a iniciativa com alegria e deu boas-vindas aos novos filiados. “O governo vai poder contar com mais essa contribuição, pois sabemos que teremos opiniões importantes desse segmento policial da Bahia”, disse.
Já o secretário nacional da Segurança Pública, Tadeu Alencar, afirmou que esse espaço é importante, pois discutirá a relação violência x desigualdade para avançar nas políticas de Estado voltadas para o setor.
PSB e a Segurança Pública
De acordo com o Programa e Manifesto do PSB, na Segurança Pública é necessário identificar que, no cenário político mais amplo “há claras dificuldades em se conjugar a realidade social com medidas preventivas e repressivas e acabar com o falso antagonismo entre segurança pública e direitos humanos”.
Desta forma, o partido se opõe “fortemente às políticas armamentistas que visam a facilitar o acesso a armas de fogo para a população civil, considerando que, numa democracia, o monopólio da violência é prerrogativa exclusiva do Estado Democrático de Direito”, consta no documento socialista.
Durante debate sobre o novo governo, a diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Isabel Seixas de Figueiredo, se reuniu com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, pois segunda ela, possivelmente é o que possui “maior experiência acumulada em gestão de Segurança Publica no Brasil”.
Isabel prossegue afirmando que o PSB pode fazer a diferença na Segurança Pública porque tem “experiência acumulada, um importante legado que pode ser muito importante para uma visão estratégica da Segurança Pública”, afirmou. A especialista se refere às experiências de gestão que se iniciaram com o Pacto pela Vida em Pernambuco quando Eduardo Campos era governador daquele estado.
Depois o primeiro governo de Renato Casagrande no Espirito Santos implantou, nos mesmos moldes, o programa Estado Presente. E nos governos de Ricardo Coutinho na Paraíba, Rodrigo Rollemberg no Distrito Federal e Flavio Dino no Maranhão seguiram na mesma linha. Concordando com Isabel, o presidente Carlos Siqueira disse que o partido nunca capitalizou politicamente essas experiências por duas razões: primeiro porque os programas dos estados tomaram nomes diferentes e depois por deficiências na própria comunicação do PSB.
Segurança Pública é tema de live no Socialismo Criativo. Assista: