O racismo estrutural está presente em toda parte. Esse termo é usado para reforçar o fato de que existem sociedades estruturadas com base na discriminação que privilegia algumas raças em detrimento das outras. No Brasil, nos outros países americanos e nos europeus, essa distinção favorece os brancos e desfavorece negros e indígenas.
Algumas semanas depois do Dia da Consciência Negra, onde o Senado aprovou um projeto de lei que equipara os crimes de injúria racial e racismo, as pessoas não se intimidam e continuam sendo racistas. O último episódio de maior repercussão, noticiado pela imprensa nacional, foi o caso de uma família que denunciou o Papai Noel do Shopping Plaza Sul, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo (SP), que fez declarações racistas contra uma criança de seis anos. O fato ocorreu na última semana. Um garoto pediu ao Papai Noel um hoverboard e de forma ríspida, o ator que interpretava o papel do bom velhinho afirmou que ele não poderia ganhar o presente por conta de sua condição financeira. Ele disse que o pai da criança não teria dinheiro para comprar um brinquedo tão caro.
Em entrevista à Ponte Jornalismo, a mãe das crianças, Tamires Cerqueira, afirmou que o garoto ficou muito abalado com a fala do ator Papai Noel.
Ela ainda relatou que o ator fez comentários sexistas para Tamires. “Ele quis saber quantos filhos eu tinha, quando eu disse que eram cinco ele perguntou se não tinha televisão na minha casa”, contou a vendedora, de 29 anos.
“Fomos ao shopping à tarde quando tudo isso ocorreu. Meu filho ficou bastante sentido com isso. Quando o meu marido chegou do trabalho, à noite, ele foi correndo até o pai e a primeira coisa que ele contou foi o que Papai Noel tinha contado”, lembra Tamires. Ela afirma que sabe que isso não ocorreria caso seu filho fosse branco.
O shopping se pronunciou através de nota, afirmando que já afastou o profissional responsável pelas injúrias raciais. “O Plaza Sul Shopping lamenta o ocorrido e se solidariza com a família. A atitude do ator contratado por empresa terceirizada está completamente equivocada e não condiz de forma nenhuma com as orientações passadas pelo shopping. O profissional já foi substituído”.
Racismo presente no cinema também
O racismo estrutural não atinge somente anônimos e a classe mais pobre desse país, como também, famosos e às altas esferas do governo. Com as filmagens encerradas há dois anos, o longa-metragem ‘Medida Provisória’, que marca a estreia do ator Lázaro Ramos como diretor, está sofrendo censura por parte da Agência Nacional do Cinema (Ancine). O filme está tentando estrear no circuito nacional há mais de um ano, mas o órgão público, atualmente aparelhado por radicais bolsonaristas, tem dificultado os planos da produção, que já protestou formalmente em correspondência encaminhada à instituição, que recebe o contato, mas não responde.
A obra versa sobre racismo e trata de um Brasil distópico, cujo governo autoritário determina que todos os cidadãos de origem negra sejam mandados para a África, o que gera revolta e caos em escala gigantesca. Para a produção de ‘Medida Provisória’, as dificuldades burocráticas impostas são claramente atos de censura, como ocorreu com ‘Marighella’, dirigido por Wagner Moura, que ficou na geladeira da Ancine mais de dois anos, até estrear no início de novembro.
“Ao longo de mais de um ano foram trocados com a agência dezenas de e-mails, checados o recebimento e andamento de protocolos, bem como foram realizadas consultas processuais”, diz um comunicado assinado pelo escritório que representa os interesses de Ramos e sua produtora.
“A equipe de Medida Provisória segue confiante na Ancine e espera poder anunciar, em breve, uma data de lançamento para que todos os brasileiros possam conhecer o longa que tem em seu elenco nomes como Seu Jorge, Taís Araujo, Alfred Enoch, Adriana Esteves, Renata Sorrah, Mariana Xavier e Emicida, além das centenas de profissionais que trabalharam nos bastidores sempre acreditando no cinema nacional”, diz ainda a nota encaminha à imprensa em protesto pela censura imposta pela Ancine.
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O ator e diretor Wagner Moura denunciou em várias oportunidades a censura imposta pela Ancine, atualmente controlado por extremistas alinhados ao presidente Jair Bolsonaro, à sua produção ‘Marighella’. Quando Moura esteve em Lisboa, em 17 de novembro deste ano de 2021, ele explicou os motivos que mantiveram seu filme fora do circuito nacional à jornalistas da imprensa internacional.
O discurso do ator e diretor foi em tom de denúncia ao autoritarismo do governo brasileiro e foi recebido com gritos de “Fora, Bolsonaro!” vindos da plateia.
“Infelizmente até hoje a gente não conseguiu estrear o filme no Brasil. Isso é muito grave, não só por Marighella, mas acho que todos aqui estão a par que vivemos hoje no Brasil, entre outras coisas, uma situação de censura às artes e à produção cultural”, disse o cineasta naquela ocasião, na capital portuguesa.
A estrutura preconceituosa é viável agora pela ótica de nossa minoria partidária factível em detrimento da maioria excluída socialmente plenamente representada nas distorções internas de nossas representações políticas pautadas por meios que justificariam fins estratégicos, que na prática permitem essa Ascenção discriminatória racial! Que fique bem claro sou contrário a membros do PSB que ñ são socialistas e sim meros embustes para projetos pessoais sobrepostos aos ideais do Socialismo Criativo tanto difundido aqui e no estatuto do PSB. No âmbito da ANCINE, é fácil entender que a falta latentede um projeto nacional para o Audiovisual resulta no final de terceiro ano de governo racista num desfecho deprimente! Mas se fossem eles nazistas ou racistas como a história mostrou no mundo do Audiovisual teriam utilizado o setor para uma massificação ideológica além das mídias digitais. No final do mandato entre o apagar desses holofotes muito mais acontecerá. Infelizmente!