Jair Bolsonaro (PL) está em vias de ver servidores públicos federais cruzarem os braços. O motivo é o reajuste salarial prometido por ele apenas às forças de segurança. A expectativa é de manifestações pelo país nesta terça-feira (18).
Até o momento, Pernambuco, Baia e Rio Grande do Sul confirmaram a realização de atos. Entidades que representam os servidores públicos federais se mobilizam para realizar manifestações em diversas capitais, incluindo Brasília. Há possibilidade de greve geral.
A reação dos servidores vem em resposta ao anúncio do governo em reajustar apenas os salários das polícias Federal, Rodoviária Federal e agentes penitenciários.
“Os servidores públicos federais farão protestos no país como um todo. Quando coincidir de o estado em questão não ter anunciado ainda uma recomposição salarial do funcionalismo local, esse movimento deve ser maior porque vamos ter a adesão de servidores estaduais encorpando o nosso movimento. Se nada for feito agora, só teremos reajuste em 2024”, afirmou ao Congresso em Foco o presidente do Sindeligis, Alisson Souza.
O presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques afirma que também há mobilização dos servidores estaduais.
“Depois do ato de amanhã, teremos mais um ou dois dias de mobilização e então vamos avaliar a possibilidade de greve”, explicou o presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques.
Em novembro, quando Bolsonaro anunciou o reajuste, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) desdisse o atual chefe do Executivo e afirmou não ver espaço no orçamento para conceder aumento.
Bolsonaro havia condicionado o reajuste à aprovação da PEC dos Precatórios, conhecida como a PEC do Calote, que permitiu ao governo parcelar dívidas reconhecidas pela Justiça.
Até o momento, o que ele conseguiu foi crescer a ira de todas as outras categorias que ficaram de fora da promessa de aumento salarial.
Com algumas categorias sem aumento há cinco anos, o anúncio de correção salarial para policiais federais insuflou o movimento sindical. Como o orçamento de 2022 reserva apenas R $ 1,7 bilhão para reajustes – insuficiente até mesmo para o que o Bolsonaro prometeu aos policiais, estimado em R $ 2,8 bilhões – o tema deve dominar a agenda do ministério em janeiro.
Com informações do Congresso em Foco