Com a pressão do presidente Jair Bolsonaro para que o funcionalismo público retorne ao trabalho presencial em meio à pandemia da Covid-19, categorias de vários servidores do Executivo vão ajuizar uma ação coletiva na Justiça Federal de Brasília para garantir o direito de fazer o teletrabalho.
De acordo com dados da semana de 4 a 8 de maio, os mais atualizados, 48,6% dos servidores federais em todo o País estão trabalhando de casa. Nesta conta não estão incluídos os profissionais da rede de ensino federal (universidades, institutos e demais instituições).
“É irresponsável e agravará o quadro da pandemia”
A Articulação Nacional das Carreiras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável encaminhou, nos últimos dias, ofícios aos gestores de diversos ministérios para alertar que a movimentação do governo federal em convocar os servidores para retorno aos prédios da administração, num cenário de aumento do número de infectados e mortos pela Covid-19, é irresponsável e agravará o quadro da pandemia.
O presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacete), Rudinei Marques, disse que é uma temeridade a pressão do presidente Bolsonaro. Segundo ele, a pressão é diária.
“O presidente está forçando o caráter simbólico do retorno. Ele quer dizer que está tudo normal e não tem motivo para não voltar frequentar o trabalho, estádios, shoppings”, disse Marques. A Fonacate representa 32 entidades. Cada entidade tem a sua independência para ajuizar uma ação separadamente.
A pressão aumentou depois que os Ministérios da Cidadania e do Turismo publicaram ofícios para a volta ao trabalho presencial. Na Cidadania, o retorno terá de ocorrer no dia 18. Só poderão permanecer em home office quem tiver mais de 60 anos, tenha doenças crônicas ou graves, gestantes, servidores com sintomas da Covid-19 ou responsáveis por pessoas contaminadas.
Com informações do Estado de S. Paulo.