
A figura de ‘homem simples’ que Jair Bolsonaro (PL) tenta vender não se sustenta. Em três anos de governo, ele gastou R$ 2,6 milhões dos cofres públicos para bancar comida, lanches e petiscos no avião presidencial. A revelação foi feita pelo deputado socialista Elias Vaz (PSB-GO).
A equipe do parlamentar chegou ao valor por meio de dados do Portal da Transparência. Até esta quinta-feira (17), foram gastos exatos R$ 2.599.696,46.
Apenas em 2019, no primeiro ano de governo, Bolsonaro torrou R$ 851.159,36 com comida apenas no avião presidencial. Em 2020, mais R$ 656.117,38 e, em 2021, R$ 889.583,37. Só nós três primeiros meses deste ano – 2022 – já foram torrados R$ 202.836,35.
Ao Socialismo Criativo, Elias Vaz criticou o descalabro desses gastos diante da situação dramática em que vive a maior parte da população.
“Em um país em que as pessoas estão fazendo sopa com osso, o presidente da República faz uma verdadeira farra com o dinheiro público”, ressalta o parlamentar.
Ele pontua que o montante gasto com petiscos estão fora das despesas com o cartão corporativo.
“É uma verdadeira vergonha que esse presidente que quer passar a imagem para a sociedade de que come farofa, miojo, pão com mortadela quando, na verdade, ele gosta mesmo é do luxo. Gosta é de fazer farra com o dinheiro público”
Elias Vaz
O socialista descobriu também que o fornecimento de refeições, lanches e petiscos foi firmado com a International Meal Company Alimentação S/A, em 2018.
De lá pra cá, uma série de prorrogações no contrato foram feitas.
Estão incluídos no pacote refeições prontas de café da manhã, almoço e jantar, bebidas, salgados, sanduíches, castanhas, barras de cereais e frios, além de frutas, doces e gelo.
Elias Vaz quer acesso à documentação detalhada da gastança e adiantou que vai pedir uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).
Bolsonaro e as fake news da humildade
Recentemente, Bolsonaro quis bancar o humilde, novamente, e divulgou vídeo em que aparece comendo frango com farofa. Recebeu uma chuva de críticas pelas redes sociais.
O mesmo presidente, aliás, que gastou R$ 15 milhões em leite condensado, em 2020.
Cada lata custou aos cofres públicos R$ 162, o que em qualquer mercado do país, à época, valia em torno de R$ 5.
A prática de servir banquetes enquanto a população passa fome é recorrente no governo Bolsonaro.
Há exatamente um ano, dez parlamentares do PSB solicitaram ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, a apuração sobre compras de iguarias não essenciais pelas Forças Armadas.
Entre os milhares de quilos de peixes caros e inacessíveis à maioria da população, a pasta comprou 100 kg de medalhão de salmão, cujo o quilo valia R$ 240, sem contar 1 tonelada de filé mignon bovino, também adquiridas.