
Os socialistas reagiram enfaticamente às falas do ministro da Defesa Walter Braga Netto na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (17). O general classificou como “ilações” as constantes ameaças de golpe propaladas por Jair Bolsonaro (sem partido).
O líder da Oposição Alessandro Molon (PSB-RJ) participou da audiência e reforçou que o papel das Forças Armadas é “servir ao país e à democracia. Não a um governo”.
Para o líder da Minoria Marcelo Freixo (PSB-RJ) Braga Netto é hipócrita ao negar que houve ditadura no Brasil.
Durante a audiência, Braga Netto voltou a ameaçar a democracia citando o artigo 142 da Constituição, que fala sobre as atribuições das Forças Armadas. A interpretação tem sido usada por Bolsonaro e governistas para convocar uma possível intervenção militar na crise entre os poderes, em especial a que vem sendo provocada pelo próprio presidente.
O governador do Maranhão Flávio Dino (PSB-MA) também criticou, nesta terça, a ameaça de golpe feita pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e afirmou que as Forças Armadas não podem ser usadas para moderar conflitos entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Intenção é dar golpe em 7 de setembro?
O deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) questionou o ministro se a pretensão é dar um golpe no país no dia 7 de setembro.
O presidente do PSB Carlos Siqueira afirma que a derrota iminente é o que Bolsonaro teme.
Siqueira também afirmou que “as instituições cerram fileiras contra os excessos discursivos do bolsonarismo, aos ataques que desfere à democracia. No plano institucional dá-se uma luta sem paixões, fria, que a extrema-direita enfrenta ‘esquentando’ o debate. Manter a ‘cabeça fria’, agora, é um recurso tático”.
Rodrigo Dias, presidente do PSB no Distrito Federal, rechaça as afirmações de Braga Netto de que no Brasil não houve ditadura.