
Parlamentares do PSB criticaram, nesta sexta-feira (24), a desordem e a falta de respostas no discurso do presidente Jair Bolsonaro durante a coletiva desta tarde. Antes do evento, o presidente afirmou que restabeleceria a verdade sobre a saída de Sérgio Moro. Pela manhã, ao anunciar sua saída do Governo, o agora ex-ministro acusou o presidente de cometer uma série de ações que sugerem crime de responsabilidade.
“Resumo do pronunciamento de Bolsonaro: – ZERO respostas sobre as acusações de Moro; – Confessou crimes; – Amizade com Queiroz; – Facada e teoria da conspiração; – ‘Pegação’ do filho; – Aquecimento da piscina; – Aglomeração de ministros. Impeachment e CPI já!”, resumiu o líder do PSB, deputado Alessandro Molon (RJ), pedindo o imediato afastamento do mandatário.
Covid-19
Parlamentares, como Bira do Pindaré (MA), também não deixaram escapar a falta de menção do presidente à pandemia e às mais de 357 novas mortes por coronavírus registradas no Brasil, no momento em que o país alcança o pico da doença.
“Tudo dentro de uma estratégia de poder pelo poder. Por que ele não dá a menor importância para as vidas humanas? Realmente isso é o que me causa mais indignação com esse comportamento descompromissado do presidente com as necessidades da população brasileira”, disse.
Deputado Luciano Ducci classificou como ‘lamentável’ o discurso presidencial. “Lamentável e preocupante o pronunciamento (chororô?) do Presidente Jair Bolsonaro. Mostra mais uma vez desequilíbrio e despreparo, inadequado ao líder da nação. A Polícia Federal não está a serviço do Presidente. O Brasil precisa reagir”, pediu o parlamentar paranaense.
Respostas
Camilo Capiberibe (AP) foi mais um congressista a lamentar o tom e a ausência de esclarecimentos.
“Durante fala à nação, Jair Bolsonaro não conseguiu esclarecer as razões que o levaram a exonerar o diretor geral da Polícia Federal. Acusações de Sérgio Moro ficaram sem resposta. Alegado cansaço do DG [Diretor-Geral] Maurício Valeixo é fundamentação estapafúrdia”, afirmou, referindo-se ao diretor geral da PF, exonerado na madrugada desta sexta.
Já para o deputado federal João H. Campos (PE), o resultado da coletiva deixou evidente que tanto Moro quanto Bolsonaro devem respostas à nação. “Após as denúncias de Moro e a declaração estabanada de Bolsonaro, fica evidente que os dois ainda terão muito o que falar à população e em autos de processos. Tá tudo muito esquisito. O Brasil não merece isso, ainda mais no meio de uma pandemia”, declarou.
Mágoas
Destilando mágoas, Jair Bolsonaro fez um discurso confuso e afirmou que o ex-juiz da Operação Lava Jato tinha o intuito apenas de colocar um impasse entre ele e o povo brasileiro. Disse ainda que não permitira que o ex-ministro o chamasse de mentiroso. “Você não vai me chamar de mentiroso, Senhor Ministro”.