
Socialistas do PSB reagiram à aprovação da PEC dos Precatórios. O presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, emitiu nota oficial reiterando a posição contrária à PEC. “A Direção Nacional do PSB tem posição clara contrária a PEC dos Precatórios e lamenta que alguns deputados (as) não tenham seguido a orientação partidária e do líder da bancada, Danilo Cabral. Faremos o possível para reverter os votos no 2º turno da votação, visando derrotar a proposta do governo. Se for necessário, o Partido fechará questão contra a matéria.”, diz a nota.
O coordenador do site Socialismo Criativo e membro do Diretório Nacional do PSB, Domingos Leonelli, afirmou que o partido mantendo essa posição, provavelmente o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sairão “derrotados” no segundo turno da votação da PEC 23/21.
“Se o PSB fechar questão contra a PEC 32 e o PDT fizer a mesma coisa ,provavelmente Bolsonaro e Artur Lira serão derrotados no segundo turno da votação.” Domingos Leonelli
Socialistas querem derrota no 2º turno de votação
O líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), ressaltou nas redes sociais que a PEC foi aprovada em 1º turno por apenas 5 votos. Para o parlamentar, “isso quer dizer que é possível desfazer esse absurdo no 2º turno”. Molon afirmou que continuará contra a PEC dos Precatórios, respeitando o posicionamento partidário.
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), pontuou que a bancada do PSB orientou voto contrário à PEC dos Precatórios, também chamada de “PEC do Calote. Freixo endossou seu compromisso com o PSB, afirmando que apoia Carlos Siqueira e que seguirá trabalhando para derrotar a PEC no 2º turno.
O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) também se manifestou contra a PEC dos Precatórios. Alencar frisou que a PEC 23 “desrespeita decisões judiciais, agride direitos e conquistas da educação e dos professores e é o mais escandaloso abuso eleitoral, com o auxílio só para 2022”.
O deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) também reforçou nas redes sociais que continua contra a PEC dos Precatórios.
PDT também é contra a PEC dos Precatórios
O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT-CE) avisou através de sua conta do Twitter, na manhã desta quinta-feira (4) que coloca a sua pré-candidatura “em suspenso” após parte substancial da bancada do seu partido votar com o governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) na PEC dos Precatórios.
“Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios. A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo. Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas. Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional.”, declarou Ciro Gomes no Twitter
O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou nesta quinta-feira (4) que está dando entrada com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a determinação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de autorizar 23 parlamentares em viagem que votassem remotamente na PEC dos Precatórios.
Com manobra de Lira, a Câmara aprovou nesta madrugada a proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo ministro Paulo Guedes como forma de estabelecer o Auxílio Brasil, programa temporário que surge para substituir o consolidado Bolsa Família. Parlamentares de oposição apelidaram a proposta como “PEC do calote” e “PEC da chantagem“.
Horas antes da votação, a Mesa Diretora editou um ato horas que autoriza que deputados que estejam em viagem – em “missão autorizada pela Câmara” – participem a distância das votações em plenário. A permissão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da Câmara no fim da tarde de ontem e, com isso, já entrou em vigor.
A medida permitiu que deputados da comitiva enviada à COP26 em Glasgow, na Escócia, participassem da votação da PEC dos Precatórios, que conseguiu 312 votos favoráveis e 144 contrários. Entre os partidos de oposição, somente o PDT orientou voto a favor da proposta encabeçada pelo governo Bolsonaro.
Manobra de Lira em prol da PEC dos Precatórios
Disposto a aprovar a PEC dos Precatórios defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estaria promovendo uma manobra no regimento interno da casa nesta quarta-feira (3).
A Câmara voltou ao regime presencial em setembro por decisão de Lira, abandonando o sistema remoto. Com a justificativa de que há parlamentares na Cúpula do Clima, a COP26, Lira teria alterado o regime de votação nesta quarta. Deputados contrários ao texto denunciaram que o gesto é uma manobra.
Essa mudança ajuda o governo na busca pelos 308 votos necessários para aprovar a proposta. Na votação sobre a antecipação da apreciação da PEC, foram apenas 253 votos favoráveis.