Deputados do PSB reagiram ao novo pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite da quarta-feira (8). As maiores críticas ocorreram durante as falas em que o presidente tenta capitalizar ações positivas do combate ao coronavírus aprovadas pelo Congresso. Ele ainda afirmou que o desemprego também leva à morte e ao defender, publicamente, o uso da hidroxicloroquina – ainda sem estudo comprovado – no tratamento da doença.
“Respeito a autonomia dos governadores e prefeitos. Muitas medidas de isolamento são de responsabilidade exclusiva dos mesmos. O governo federal não foi consultado sobre sua amplitude”, afirmou o presidente, depois de encenar uma série de episódios de críticas aos chefes dos executivos dos estados.
Panelaços
“A única coisa verdadeira do pronunciamento de Bolsonaro foi o som das panelas ao fundo. Mais uma vez, ele morde, depois assopra. Chega de brincar com o povo! As pessoas precisam de proteção pra vencer o coronavírus em isolamento, e não de abandono para forçar o retorno às ruas’, declarou o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), referindo-se aos inúmeros protestos que ecoaram pelo país durante a fala do mandatário.
Cloroquina
Bira do Pindaré (MA) questionou a validade das recomendações feitas pelo presidente. “Desde quando Bolsonaro é médico pra ficar receitando remédio? Quais seus verdadeiros interesses? Estaria preocupado com a vida das pessoas ou com a economia do seu bolso?”, perguntou, inserindo uma reportagem que aponta que o presidente norte-americano, Donald Trump tem participação em fabricante do medicamento.
“800 mortes pela Covid-19, derrotado pela ‘gripezinha’, isolado, em atrito dentro e fora do governo, divulgando medicação com base científica inconsistente, contraditório da noite para a manhã, Bolsonaro fala à base e tenta juntar os cacos. Quem ainda confia?”, indagou o deputado federal Camilo Capiberibe (AP) logo após a transmissão em cadeia nacional.