Parlamentares socialistas participaram, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), de manifestação de povos indígenas contrários ao Marco Temporal que estava na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta-feira (25), mas foi adiada para esta quinta-feira (26). O ato é considerado o maior já realizado pelos povos originários na capital Federal e reúne 6 mil pessoas de 173 povos de todo o Brasil.
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O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), confirmou que está ao lado dos mais de 6 mil indígenas contra o Marco Temporal.
O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP) também apoia a causa dos povos originários.
Bolsonaro tenta impedir ato dos povos originários
O governo Jair Bolsonaro, por meio de ação impetrada pela Advocacia-Geral da União, pediu ao STF que barrasse os atos indígenas em Brasília, que reúne Indígenas que acampam na Esplanada dos Ministérios.
No pedido, a AGU quer que sejam retiradas as cerca de 170 etnias que estão acampadas na capital federal aguardando julgamento do Supremo sobre o chamado “marco temporal” e protestando contra propostas em análise no Congresso que legalizam o garimpo.
Apesar de Jair Bolsonaro realizar e convocar atos que promovem aglomerações, a AGU sustenta que a manifestação poderia aumentar a proliferação do novo coronavírus e solicita a transferência dos atos para uma data futura.
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, negou o pedido, afirmando que proibir atos viola os direitos de livre expressão, de reunião e associação, todos garantidos pela Constituição.
“Não está demonstrado qualquer risco ou interesse contraposto de ordem a autorizar que se restrinja o direito de expressão, reunião e associação de tais cidadãos. Ao contrário, parece ter havido grande cuidado e preocupação com as condições sanitárias da organização do evento”, disse Barroso.
Bolsonaro disse que os indígenas que participam do ato são “massa de manobra”. “Pessoas que vivem aí de esmola e mentiras da esquerda. Dizem que vêm tratar aqui de um tal de marco temporal, vou explicar daqui a pouco. [Apoiador diz que querem intimidar] Vai intimidar não. [Apoiador diz que não tem nem mil índios] Não, tem bastante [índio]. Pela organização, está sendo bancado por uma ONG, talvez por um órgão qualquer. O objetivo é tumultuar”, afirmou.
Com informações do Brasil 247