Por Lucas Rocha
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou neste sábado que o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, seja transferido para hospital no Rio de Janeiro. O bolsonarista segue preso.
Segundo informações de Manoela Alcântara e Caio Barbieri, do portal Metrópoles, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais, autorizou a transferência de Roberto Jefferson de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para um hospital particular.
“Autorizo a sua saída imediata do estabelecimento prisional, somente após a instalação de tornozeleira eletrônica, tão somente para tratamento médico, a ser realizado no Hospital Samaritano Barra, com a aplicação de medidas cautelares”, diz trecho da decisão de Moraes.
O ex-deputado teve um “mal súbito” na segunda-feira (30) e precisou ser internado na UPA da penitenciária. A transferência aconteceu após Jefferson comprovar a fragilidade de seu estado de saúde.
Prisão de Jefferson
Jefferson está preso desde o dia 13 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais, que apura a ação de uma organização criminosa que atua contra a democracia.
Ao decidir pela prisão do ex-deputado bolsonarista, apontado como integrante do “núcleo político” do grupo investigado, o ministro mencionou as ameaças que Jefferson fez ao STF, ao Senado e a integrantes da CPI da Genocídio. Além disso, Moraes determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em redes sociais, apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.
Antes de ser levado pela Polícia Federal, o ex-deputado enviou mensagem de áudio ao PTB e afirmou que o STF atua contra a “família, Deus e a liberdade” e recebe “mensalão da China”. Ele ainda disse que irá combater “ministros gays” do tribunal. Ao assinar mandado de prisão, Jefferson ainda provocou Moraes.
Incitação ao crime
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou na última quarta-feira (25) denúncia contra o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e bolsonarista de última hora. A peça acusa o ex-parlamentar de incitação ao crime e homofobia em razão de vídeos golpistas disseminados nas redes.
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Segundo o Conjur, a denúncia apresentada pela subprocurador Lindôra Araújo aponta que Jefferson estimulou a invasão do Congresso Nacional por apoiadores, ataques a policiais militares e a instituições, como o Supremo Tribunal Federal.
Os crimes listados pela PGR são de incitação ao crime, homofobia, racismo e contra a segurança nacional, baseado na LSN.