Uma reportagem produzida pelo jornal O Globo expõe os impactos da suspensão das aulas letivas – causadas pela pandemia do novo coronavírus -, do ensino público na vida de crianças que estão passando pelo processo de alfabetização.
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Dificuldades
Embora municípios e estados estejam fornecendo materiais impressos, exercícios por meios virtuais, exibição de conteúdos pela TV aberta, entre outras iniciativas, educadores apontam que a complexidade da etapa requer a mediação de um professor para ser concluída com sucesso e será a mais afetada pela pandemia. Desde a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017, a diretriz do Ministério da Educação (MEC) é que a alfabetização seja feita até o segundo ano do ensino fundamental, ou seja, até os sete anos.
“Na maioria das escolas as avaliações têm mostrado que as crianças estão chegando no terceiro ano sem estar alfabetizadas. Devido a pandemia, vamos ter um atraso de um semestre no mínimo, senão mais. Estamos vivendo uma situação de absoluta insegurança, não sabemos quando isso vai acabar, e, no caso da alfabetização, vai ser começar do zero”, afirmou a pedagoga Magda Soares, maior especialista do país em alfabetização.
“A essa altura estamos quase no meio do ano, as crianças já poderiam ter avançado bastante no processo de alfabetização, isso se perdeu. Isso para não falar do Poder Público, que mais atrapalha do que ajuda”, afirmou.
Realidade
Um parecer aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no final de abril sugeriu que as redes de ensino orientassem as famílias durante a pandemia, ressaltando que a atuação dos pais não substitui o papel da escola nessa etapa.
O documento sugeriu elaboração de materiais impressos pelas escolas para enviar aos alunos, disponibilização de conteúdos on-line, aulas gravadas para televisão, sugestão para que os pais leiam para os filhos, orientação dos pais por meio de aplicativo de mensagens, entre outras. Mas a realidade socieconômica dos estudantes, muitas vezes, acaba impedindo esse processo.
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