
Para garantir maior participação das mulheres na política, a construção de um mandato coletivo à Câmara dos Deputados vem ganhando força no Rio Grande do Norte. A iniciativa é liderada pela socialista e empreendedora social Tatiana Pires (PSB), secretária estadual de Mulheres do PSB.
“Como mulher, mãe solo, preta, com raízes na periferia, afirmo que não há mais espaço para que outros falem por nós. O nosso lugar de fala não é só sobre quem a gente é, mas principalmente sobre quem precisa nos ouvir, num país misógino, racista e patriarcal”, afirma Tatiana.
Filiada no PSB há mais de 20 anos, ela também integra o coletivo Mulheres Vivas, grupo que apoio a candidatura coletiva.
Para Tatiana, mais mulheres se sentirão representadas e motivadas a participar. Isso porque todas decisões de forma conjunta com pessoas que “precisam impor sua existência numa sociedade que insiste em negá-la todos os dias”.
Reforço feminino no PSB
O PSB tem trabalhado para ampliar os espaços de poder das mulheres dentro e fora do partido.
Na Câmara, por exemplo, a filiação da deputada Tabata Amaral (SP) ao PSB, em 2021, representa o fortalecimento desse posicionamento.
Além disso, tem buscado ampliar o número de candidatas às eleições de outubro.
No Amapá, o partido busca a renovação política com a filiação e pré-candidatura da professora Piedade Videira ao governo do estado.
“Eu venho de origem humilde e toda a minha aposta em um futuro melhor se deu a partir da educação. Sou uma professora, pesquisadora e entendo que as múltiplas entidades que repousam em mim, de mulher e mulher negra, inspirarão muitas outras crianças e jovens a demonstrar que nosso país tende a mudar, ser representativo de toda a sua diversidade de gente, de cultura e regiões. E eu imagino que estou como vagalume apontando esse destino”, afirmou ao Socialismo Criativo.
O PSB também lançou pré-candidatura da ativista de Direitos Humanos assistente social e Paula Benett, para uma das oito cadeiras da Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal.
É a segunda vez que a mineira de Miraí disputa um cargo eletivo. Em 2018, pretendia concorrer à Câmara dos Deputados, mas arranjos internos na sigla empurraram sua candidatura para a Câmara Legislativa (CLDF), mas a militante não chegou a ser eleita.
“Durante toda a minha vida, eu lutei contra esse sistema cruel que nos empurra para nichos impostos. A maioria das meninas transexuais e travestis como eu estão na prostituição, que é uma profissão e deve ser respeitada, mas quando é opção e não uma imposição por não haver mais oportunidades por causa do preconceito e do machismo. São esses nichos que matam a fome das minhas irmãs que precisam sobreviver”, afirmou ao site Metrópoles.
Mais mulheres no poder
Em seu processo de Autorreforma, o PSB reforça o compromisso com a igualdade de gênero “como a base necessária para o desenvolvimento de uma democracia econômica, social e política substantiva.”
“O PSB garante a bandeira do fortalecimento dos direitos e da cidadania, nas múltiplas identidades que compõem o ser mulher, reconhecido no sentido de “gênero feminino”, com um olhar inclusivo para as identidades femininas mais vulnerabilizadas em nossa sociedade”, pontuam os socialistas no documento.
Com informações do portal Grande Ponto