Com o candidato Guilherme Boulos avançando na disputa à Prefeitura de São Paulo, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, acredita que partido se aproxima de um novo ciclo da esquerda mundial. A afirmação foi dita durante entrevista ao Estadão.
Ao analisar o desempenhos dos partidos de esquerda nas eleições municipais de 2020, Medeiros afirma que está ocorrendo um reequilíbrio de forças e que todos os políticos desse campo são atingidos pelo antipetismo. “Demonstrar que a associação automática entre esquerda e corrupção e ineficiência administrativa não tem fundamento é dever de todos nós. Isso se faz com boas administrações, com o exemplo, muito mais do que com palavras”, disse.
Para o presidente da sigla, que também disputa a prefeitura de Belém com Edmilson Rodrigues na liderança, o PSOL se beneficiou da chegada de novos atores, como Boulos e ativistas de causas identitárias, como o combate à homofobia e ao racismo.
“O PSOL acabou sendo escolhido por uma série de ativistas de uma nova geração. Este projeto de repaginação do PSOL se dá com a entrada do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), de uma série de movimentos sociais, lideranças dos movimentos negro, feminista, LGBT e alguns deslocamentos pontuais.”
Sobre a pecha de ser “radical”, Medeiros afirmou que o partido quer “ressignificar” a expressão, fazendo questão de se distanciar dos extremistas.
“A nossa radicalidade tem a ver com a nossa indignação com a injustiça, nosso compromisso com os pobres, nosso empenho em fazer do Brasil um lugar justo. Não somos extremistas e rechaçamos o extremismo. Mas, na defesa de quem mais precisa, somos defensores de uma radicalidade positiva.”
Você considera o PSOL uma opção de projeto nacional viável?
Está se tornando. Nós ainda não temos nenhum governo de Estado e esperamos agora governar as primeiras grandes capitais. Com isso, o PSOL se torna uma opção de poder real e um ator decisivo para 2022.
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