
Ontem (7) foi um dia típico (principalmente para quem não consegue mais se surpreender) com as bizarrices do presidente da República. Enquanto que, em São Paulo, seu arquirrival João Dória anunciava o início das vacinas para janeiro, mesmo sem a autorização do governo ou da Anvisa, o sr. e sra Bolsonaro inauguravam exposição das roupas usadas por ambos na posse presidencial.
Sim. Isso mesmo. Numa cerimônia que lembra a realeza britânica, o governo decidiu usar recursos públicos para celebrar a posse.
Michelle discursou a respeito do “vestido memorável” e Jair sobre o alfaiate que fez seu terno de graça. “Quer fazer de graça, então, de graça até injeção marciana, né?“, disse o marido da Michelle.
Chega a ser irônico que esse cidadão fale em injeção no mesmo dia que o Brasil passou de 177 mil vidas perdidas pela Covid-19 e que se descobriu que não há seringas suficientes para vacinar a população. Quanto mais eu olhava a imagem do casal ao lado dos manequins sem cabeça mais eu imaginava como aquilo era representativo. Afinal de contas, nada melhor que um boneco sem cabeça para representar o indivíduo que chefia o Executivo.
Há tanta simbologia ali representada que só conseguia enxergar como a figura acima, o casal preso na vidraça e os manequins sem-cabeça governando o país. Assim, confesso que não consigo sequer ficar chocado com esse tipo de notícia. Até isso Jair conseguiu tirar da gente: a capacidade de ficarmos chocados.