Ao que tudo indica, a pré-candidatura de Sergio Moro à presidência da República está, de fato, enterrada. A Executiva Nacional do União Brasil chancelou, na tarde desta quinta-feira (14), o nome de Luciano Bivar, presidente da sigla, como pré-candidato à Presidência da República. A decisão foi unânime.
Em nota, os porta-vozes do União Brasil revelaram que pretendem se planejar e se reunir aos demais partidos que buscam formar uma frente de enfrentamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT).
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“Para facilitar esse diálogo, na condição de pré-candidato, Bivar se afastará da mesa de negociações e deixará essa tarefa a cargo do vice-presidente nacional do União, Antônio Rueda, do líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento e do líder do partido no Senado, Alcolumbre”, diz a nota.
A queda vertiginosa de Sergio Moro
Após deixar o Podemos, partido que o lançou como pré-candidato à presidência, e migrar para o União Brasil, Sergio Moro declarou que o seu nome estava à disposição da legenda para disputar o Palácio do Planalto. No entanto, a declaração do ex-juiz causou uma crise no União Brasil.
Diante da nova fala do ex-juiz, ACM Neto informou à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, que ele e seu grupo apresentarão requerimento para impugnar a filiação. O grupo já havia deixado claro, em nota, que não aceitaria uma candidatura de Moro à presidência.
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“Caso seja do interesse de Moro construir uma candidatura em São Paulo pela legenda, o ex-ministro será muito bem-vindo. Mas, neste momento, não há hipótese de concordarmos com sua pré-candidatura presidencial pelo partido”, dizia a nota.
Acontece que, qualquer que seja o cargo almejado, Moro pode ter as suas pretensões políticas barradas pela Justiça Eleitoral.
O ex-juiz Sergio Moro, bem como sua esposa, a advogada Rosangela Wolf Moro, estão na mira da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP), que enviou ao Ministério Público Eleitoral (MPE) do estado uma notícia-crime contra ambos por conta da mudança de domicílio que declararam para disputarem as eleições.
Recém-filiados ao União Brasil para disputarem uma vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado, Moro e Rosângela são paranaenses e sempre viveram no estado, mas declararam à Justiça Eleitoral mudança de domicílio para São Paulo com o objetivo de disputarem o pleito pelo estado. O casal cadastrou junto à Justiça o endereço de um hotel na capital paulista.
A legislação eleitoral exige que, para um candidato declarar novo domicílio eleitoral, ele deve morar no local há pelo menos três meses e comprovar vínculo com o estado em questão.
A Procuradoria Eleitoral, no entanto, afirma que Moro e Rosangela, ao mudarem o domicílio eleitoral para São Paulo sem comprovar vínculo com o estado, cometem crime tipificado no código 289 do Código Eleitoral, que trata de “inscrever-se fraudulentamente eleitor”.
A notícia-crime enviada pela Procuradoria ao MPE veio a partir de uma denúncia protocolada pela empresária e ativista social Roberta Luchsinger, que apontou “oportunismo” do casal.
“Moro não tem palavra, Moro não tem hábito de falar a verdade. Ele e sua esposa acham q estão acima da lei, mas não estão. Estou lutando muito para impedir que eles mais uma vez estuprem a lei”, escreveu Roberta, em suas redes sociais, nesta quarta-feira (13).
*Por Revista Fórum