Os últimos dias foram de intensa instabilidade na recente carreira política do ex-juiz Sérgio Moro, mas a União Brasil colocou um ponto final nos altos e baixos e disse que ele não será candidato a Presidência da República. Em nota divulgada neste sábado (02), a legenda foi firme no posicionamento.
“Sua filiação ao União Brasil tem como objetivo a construção de um projeto político-partidário no estado de São Paulo e facilitar a construção do centro democrático, bem como o fortalecimento do propósito de continuarmos crescendo em todo país”, afirma a nota assinada pelo presidente nacional da sigla, Luciano Bivar.
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A saga começou no dia 31 de março, quando Moro trocou o Podemos pela União Brasil. Em seguida disse que havia desistido da candidatura a Presidência da República. Um dia depois, voltou atrás novamente e disse: “não desisti de nada” ao insinuar que seguiria com o projeto de chegar ao Executivo Nacional.
A declaração causou uma reação negativa na ala dos Democratas que compõem o União Brasil, que entrou com um requerimento pedindo a desfiliação de Sérgio Moro.
A reviravolta fez com que o ex-juiz tivesse um sábado agitado. Luciano Bivar, que também é secretário-geral de ACM Neto e seus aliados chegaram a insinuar que Moro poderá até ser candidato a presidente um dia, mas não este ano.
Ainda em busca de articular a candidatura ao Palácio do Planalto, Moro chegou a se reunir com o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) e com a senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata a Presidência.
Lideranças do partido afirmam que os dois lados recuaram. a impugnação de Moro foi retirada desde que ele construa uma candidatura ao Senado ou a Câmara Federal.
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Nos bastidores, a as negociações seguem para que Moro possa disputar uma vaga no Senado por São Paulo. A articulação ganhou mais força com a saída de José Luiz Datena para o PSC.
“Facilitar a construção do centro democrático”
A nota diz ainda que a decisão de manter Sérgio Moro em São Paulo é para “facilitar a construção do centro democrático, bem como o fortalecimento do propósito de continuarmos crescendo em todo país”.
Aliado de Sérgio Moro, o deputado federal Junior Bozzella (União Brasil – SP) disse que a candidatura do ex-juiz a Presidência da República pode acontecer no momento certo.
“Primeiro que não houve impugnação da filiação dele, como alardearam. E acho que seguiram um pouco do que eu já vinha dizendo publicamente, de que você tem que valorizar o maior ativo que o partido conquistou no país, e não desprezá-lo”, disse Bozzella.
Para ele, Bivar e ACM Neto demonstraram grandeza ao resolver a situação e garantir a “unidade do partido”.