A notícia de que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pode estar deixando o cargo inundou as redes sociais e o Parlamento nesta quinta-feira (4). Enfraquecido pelos ataques que vem sofrendo dentro e fora do governo, Weintraub teria decidido pedir demissão do ministério, movimento que não foi descartado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de acordo com informações divulgadas pela coluna Radar, da Veja, no fim dessa quarta-feira (3).
Protagonista de uma série de escândalos, causados por suas frequentes e polêmicas declarações, até mesmo o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), teria alertado o presidente sobre a perda da capacidade de interlocução política do ministro.
No PCdoB, a notícia não passou em branco. O vice-líder do partido, deputado federal Márcio Jerry (MA), e a colega Jandira Feghali (RJ) não pouparam críticas à gestão do chefe do MEC. “Já irá muito tarde e saudade alguma deixará. O pior ministro da Educação de todos os tempos, pro lixo da história”, disse o parlamentar maranhense. “O ministro da Educação vai sair? Vai tarde”, reafirmou Jandira.
Recordando os erros de ortografia recorrentes de Weintraub, Zeca Dirceu (PT-PR) ironizou. “De uma vez por todas: #ForaWeintraub!!!! Esse é o ministro da balbúrdia ministerial e gramatical. Vai sair do cargo sem contribuir em NADA com a educação brasileira, deixando apenas um rastro de incompetência e vergonha ao Brasil”, declarou.
‘Limpar a barra’
Na tentativa de arrefecer o clima com autoridades do Judiciário, a nota divulgada pela Veja também informa que integrantes do Palácio do Planalto fizeram chegar a informação a ministros do STF, do STJ e representantes do Parlamento.
O dado foi destacado pela líder do Psol, Fernanda Melchionna (RS). “Há rumores de que o ministro da Educação deixará o cargo. O jogo de Bolsonaro é tentar limá-lo para ‘limpar a barra’ do governo diante da repercussão da reunião ministerial. Mas a saída de Weintraub tem que ser apenas o início da derrota até a queda total de Bolsonaro!”, definiu.
Outro a comentar a suporta desistência foi o colega de partido, Ivan Valente (Psol-SP). “Weintraub pode estar de saída. O ministro é um delinquente-ideológico, para quem o STF é composto por vagabundos a serem presos e a educação é esteio do marxismo cultural, portanto algo a ser destruído. Sua trágica gestão faz parte do projeto de Bolsonaro: ambos precisam cair!”, declarou Valente.
Depoimento à PF
Nesta quinta, dia em que Weintraub foi obrigado a prestar esclarecimentos sobre suposto crime de racismo contra chineses, interlocutores do ministro chegaram a tentar espalhar que apesar da situação frágil, ele pretende seguir no cargo.
Decisão deve ser divulgada até o fim desta semana.