Nessa terça-feira (24), o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), buscou justificar a presença de do ministro Augusto Heleno (Segurança Institucional) na reunião sobre o leilão do 5G. Segundo Faria, a nova tecnologia é tema de segurança nacional.
“[Em] Todos os países o [equivalente ao] GSI participa, porque se trata também de segurança nacional. Então o GSI participa e participará. Tem um papel fundamental”, disse o ministro.
Também estavam presentes na reunião o presidente Jair Bolsonaro e conselheiros da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No encontro, Bolsonaro foi apresentado ao conselheiro Carlos Baigorri, que é o relator do edital do 5G na Anatel.
Segundo Baigorri, a previsão é concluir o edital internamente na agência no início de 2021, sendo que o leilão das frequências deve ocorrer no fim do primeiro semestre.
“Esse é o cronograma com que trabalhamos e vamos persegui-lo apesar de todos os desafios que se colocam à nossa frente”, disse o conselheiro após a reunião com Bolsonaro.
Influência dos EUA no 5G
Em meio aos preparativos para o lançamento da quinta geração de tecnologia de comunicações, os Estados Unidos desencadearam uma ofensiva diplomática para convencer seus aliados – entre eles o Brasil – a impedir que a empresa chinesa Huawei forneça equipamentos.
O argumento de Washington é que a Huawei realiza espionagem a mando de Pequim, o que o governo chinês e a empresa negam. No entanto, o posicionamento foi comprado pela parte ideológica do governo, tendo como porta-voz o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ).
O objetivo dos EUA é que o Brasil crie regras que impeçam as teles de comprar equipamentos da Huawei, optando por Ericsson ou Nolda. As operadoras brasileiras, por sua vez, resistem, uma vez que já operam com a companhia chinesa.
Quando lhe foi perguntado se o governo criaria barreira para a ação da Huawei no 5G brasileiro, Faria disse que não trataria de “geopolítica”.
“Aqui não tratamos de geopolítica. O que foi tratado aqui são os técnicos da Anatel, os conselheiros que vieram conhecer o presidente da República”, declarou.
Com informações da Folha de S. Paulo
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