
Em encontro com empresários, banqueiros e advogados, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) alertou para uma das principais fake news da campanha bolsonarista, que tenta convencer o eleitorado de que, em um eventual novo governo Lula (PT), virá também uma onda de invasões de propriedades rurais, comandada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “O MST mudou. Atualmente, dentro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, há espaço para todo mundo.”
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O vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência respondia a um questionamento irônico sobre como seria a “política de invasão de terra”, feito por um dos presentes em um jantar. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
“As pessoas têm uma visão equivocada do MST”, disse Alckmin, que completou: “O grande perigo para o agronegócio é o governo do Bozo”, usando um dos apelidos dados ao presidente da República nas redes sociais. Segundo a colunista, a explicação do ex-governador provocou aplausos e risos, da plateia.
“A União Europeia já aprovou. Onde tem desmatamento não pode importar. É o Lula que vai reinserir o Brasil na economia mundial, que vai fazer acordos internacionais, preservar o meio ambiente, combater a questão do clima”, afirmou o ex-tucano. Para acalmar ainda mais os reticentes, Alckmin afirmou aos convidados que dentro do agronegócio haverá espaço de crescimento “para o pequeno, para a cooperativa” e “também para o grandão”.
No evento, além do ex-governador, estava o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, e a vice, Lúcia França (PSB), além das deputadas federais eleitas Marina Silva (Rede-SP) e Tabata Amaral (PSB).
Haddad e a união com Alckmin e Boulos
“É uma coisa até inusitada, mas hoje eu estava fazendo carreata, no Jardim Ângela, com Boulos e com Alckmin no carro”, afirmou Haddad, também desencadeando risada entre os presentes, segundo a colunista da Folha. “A gente tem diferenças que vale a pena explorar num debate eleitoral. Mas não é isso o que está em jogo hoje, se você é trabalhista, um social-democrata ou socialista. Estamos tratando de outra coisa, se vamos respirar ou não”, alertou o ex-prefeito.