
Em meio a ameaças de uma nova greve dos caminhoneiros, marcada para a próxima segunda-feira (1°), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu fazer um apelo ao sair do Ministério da Economia na quarta-feira (27).
“Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder. Todos, sem exceção. Agora, a solução não é fácil. Estamos buscando uma maneira de não ter mais este reajuste”, disse Bolsonaro, em referência ao aumento de 4,4% no preço do diesel, anunciado nesta semana pela Petrobras.
O presidente também usou a pandemia de Covid-19 como argumento para que não haja paralisação.
“Você vai causar um transtorno na questão da economia. Estamos vivendo uma época de pandemia. Olha o que nós passamos ano passado, estamos passando ainda”, afirmou.
O apelo, no entanto, não comoveu os representantes da greve. Presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, respondeu Bolsonaro afirmando que “quem está fazendo apelo desde 2018 somos nós”.
Para Chorão, os avanços conquistados pela categoria não foram postos em prática pelo governo.
“Queremos que ele chame o ministro Tarcisio Freitas, da Infraestrutura, o pessoal da Agência Nacional de Transporte Terrestre e coloque fiscalização para garantir as nossas conquistas legais, como o piso mínimo do frete, a isenção do pedágio para o caminhoneiro contratado e outros itens”, diz o presidente da Abrava.
O líder caminhoneiro, que assim como muitos na categoria foi um entusiástico apoiador de Bolsonaro até o ano passado, agora se sente traído pelo presidente da República. Para eles, Bolsonaro não cumpriu suas promessas de campanha.
Segundo Chorão, a adesão à greve anunciada para o dia 1º de fevereiro tem crescido. “A cada dia que passa está aumentando mais a temperatura”, avalia ele.
Greve sob controle ou negacionismo?
Na visão de membros do governo, que negociam para minimizar uma possível greve dos caminhoneiros, o movimento continua “sob controle”. A avaliação no momento é que o aumento do diesel elevou o descontentamento da categoria, “mas não gerou engajamento”.
Ministros garantem que o governo tem mantido um canal de diálogo com a categoria, mas dizem que não se pode menosprezar o potencial de gerar crises da categoria.
Com informações da Folha de S. Paulo e UOL
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