
Em entrevista ao jornal O Globo, a professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, apontou que não houve acompanhamento laboratorial da circulação das variantes do Sars-Cov-2 – nem qualquer medida sanitária básica por parte das autoridades do Brasil.
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Além disso, a descoberta da variante P1 do coronavírus no Amazonas ocorre justamente quando faltam imunizantes e estratégias efetivas, o que revela uma “situação catastrófica”, na avaliação da especialista. Para Maciel, países como o Reino Unido, Canadá e Estados Unidos estão mais preocupados com a variante do Amazonas do que o próprio governo do Brasil.
“Não temos controle de variantes na Amazônia, não fizemos cerco sanitário, não fechamos aeroporto, não fizemos controle de entrada e saída. São coisas básicas. De que adianta termos dados de onde as pessoas estão ficando doentes, os exames, quais as variantes, e eles não serem usados para estratégia nenhuma? Os dados não estão servindo para nada. No Brasil, a situação é catastrófica”, afirmou.
A especialista reforça ainda que a escassez da vacina foi gerada por “falta de competência técnica do Ministério da Saúde” e mesmo nesse cenário ainda não há novas negociações me curso.
“Acompanhamos a recusa de negociar com a Johnson & Johnson e empresas que inclusive procuraram o governo brasileiro e não conseguiram fechar um acordo. Isso tudo nos colocou nesse cenário de escassez. Se tivéssemos as 70 milhões de doses (da Pfizer) entregues em dezembro, nossa vida seria outra”, afirmou.
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Com informações do jornal O Globo