
Às vésperas de completar um ano do primeiro caso de Covid-19, o Brasil atingiu no fim da quinta-feira (18) a marca de 10 milhões de infectados pelo vírus. Segundo dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h, 51.879 novos positivos foram registrados em 24 horas.
O número de óbitos em decorrência da doença é de 243.457, com 1.367 novas mortes desde a última edição do boletim, no fim da tarde de ontem. É a quinta maior marca de óbitos em 24 horas registrada até aqui. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 29 dias está acima da marca de 1 mil.
O Brasil é o terceiro país do mundo a atingir a marca de 10 milhões de infectados por Covid-19, atrás dos Estados Unidos e da Índia. Foram oito meses para atingir 5 milhões de casos e quase metade desse tempo para que o número dobrasse.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, especialistas apontam o negacionismo como um dos fatores que ajudaram a propagação do vírus. Desde o início da pandemia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desobedece medidas de isolamento social, incentiva o uso de remédios sem comprovação cientifica e minimiza a doença.
“Seria tudo diferente. Mas a gente vem, desde o começo, seguindo uma série de desobediências a medidas de restrição e isso acaba nos levando para o que estamos vivendo hoje. Quanto mais a gente vê pessoas falando que têm o direito a circular e não usar máscara, temos, em termos de biologia, a formação de novas mutações e, com essas variantes, a gente vai acabar sendo pego por algo que não tinha sido programado”, afirma Benilton de Sá Carvalho, professor do Departamento de Estatística e coordenador da frente de epidemiologia da força-tarefa Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) contra a Covid-19.
Já há registro de circulação da variante britânica no país e, no Amazonas, também surgiu outra variante, a P1, que já foi detectada em outros estados, como Rio, Ceará e Santa Catarina. São Paulo também já detectou casos das duas cepas.
Vacinação
Balanço da vacinação contra Covid-19 desta quinta-feira (18) aponta que 5.558.105 de pessoas já receberam a primeira dose de vacina, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 2,62% da população brasileira. Já segunda dose só foi aplicada em 837.094 pessoas (0,40% da população do país).
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A imunização da população caminha com lentidão por causa da escassez de doses e da postura negacionista do governo com relação à segurança do imunizante. Enquanto se tratava de remédios sem eficácia, o governo Bolsonaro se tornou vitrine e utilizou o Exército para produzir 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina.
“A vacinação está lenta porque a demanda por vacinas está extremamente alta e não temos doses suficientes. A gente recebeu oferta de 70 milhões de doses da Pfizer, que foi deixada passar. Teve um erro brutal em logística e de colocar o investimento em algo que a ciência fala que não tem eficiência”, diz Carvalho
Covid-19 no mundo
À frente de todo o mundo, os Estados Unidos seguem liderando o ranking de infecções e mortes por Covid-19. Com 27.897.356 de infectados desde o início da pandemia, o país perdeu mais 493 mil pessoas para a doença. A esperança é de que os casos estabilizem com a vacinação e com o democrata Joe Biden no poder, abandonando o negacionismo de Donald Trump.
A Europa, com mais de 731 mil vítimas fatais, é a região do mundo que soma mais mortes pelo vírus, e a maioria de seus países estão reforçando suas medidas para conter a propagação das variantes detectadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil.
Do outro lado globo, onde foi noticiado a primeira infecção, a China mostrou como o planejamento e a responsabilidade fazem diferença na condução da pandemia. Adotando todas as medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o país asiático acumula pouco mais de 100 mil casos e 4.833 mortes por Covid-19.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e G1