LGBT, LGBTQ+, LGBTQI+, LGBTT2QQIAAP… O que significam as letras que designam a comunidade de pessoas com orientação sexual e identidade de gênero que divergem da heterossexual/cisgênero? E qual a correta? A saber, é importante entender por que a sigla existe e como se deu essa evolução.
O principal objetivo dela é unir as pessoas que fazem parte da comunidade para que haja seu reconhecimento.
Histórico
A primeira sigla a se tornar conhecida foi a GLS, que significa gays, lésbicas e simpatizantes. Criada em 1994, ela logo caiu em desuso, pois “simpatizantes” poderia designar qualquer pessoa, inclusive quem fosse hétero e apoiasse a causa, tirando o protagonismo da comunidade e sendo excludente em relação a outros individuos que a compõem.
Então, a sigla passou a ser GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) ao passo que se tornou LGBT, pela pressão feita por mulheres que sofriam desigualdade de gênero e invisibilidade dentro do movimento.
Por fim, de alguns anos para cá, o Q e o + foram acrescentados para englobar também outras identidades de gênero, e a sigla LGBTQ+ se tornou a mais conhecida para designar a comunidade.
Entenda
A sigla tem duas partes. A primeira, LGB se refere à orientação sexual do indivíduo, que são.
L: lésbica, mulher que se identifica como mulher e tem preferências sexuais por outras mulheres.
G: gays, homens que se identificam como homem e têm preferências por outros homens.
B: bissexuais, que têm preferências sexuais por ambos os gêneros.
A segunda parte, TQI+, diz respeito ao gênero.
T: transexuais, travestis e transgêneros, que são pessoas que não se identificam com os gêneros masculino ou feminino atribuídos no nascimento com base nos órgãos sexuais. Transgêneros, transexuais e travestis têm sido reunidos no termo transvestigênere.
Q: questionando ou queer, palavra em inglês que significa “estranho” e, em alguns países, ainda é usado como termo pejorativo. É usado para representar as pessoas que não se identificam com padrões impostos pela sociedade e transitam entre os gêneros, sem concordar com tais rótulos, ou que não saibam definir seu gênero/orientação sexual.
I: intersexuais, que apresentam variações em cromossomos ou órgãos genitais que não permitem que a pessoa seja distintamente identificada como masculino ou feminino. Antes, eram chamadas de hermafroditas.
+: todas as outras letrinhas do LGBTT2QQIAAP, que não para de agregar orientações e identidades — os “as”, por exemplo, significam assexuais (pessoas que não sentem atração sexual), aliados (pessoas que se consideram parceiras da comunidade) ou pansexuais (pessoa que sente atração afetivo-sexual independente da identidade de gênero da pessoa – seja mulher ou homem, cis ou trans, ou mesmo de outro gênero, como é o intersexo).
Mês do Orgulho
Em 1969, a homossexualidade era considerada crime com pena que podia chegar à prisão perpétua em quase todos os estados norte-americanos. Lésbicas, gays, bissexuais e travestis eram alvos constante de extorsão e espancamento por parte dos policiais.
No dia 28 de junho (Dia do Orgulho LGBTQIA+) daquele ano, a polícia da cidade de Nova Iorque fez uma batida no bar Stonewall Inn para violentar pessoas LGBT, como de costume. Porém, pela primeira vez, encontrou grande resistência. Uma multidão encurralou os policiais dentro do bar e um grande confronto teve início, chegando a durar dias. Esse tornou-se um marco de resistência na luta por direitos da comunidade LGBTQIA+.
No ano seguinte, dez mil pessoal se reuniram na porta do bar e marcharam naquela que ficou conhecida como a primeira Parada da Diversidade e do Orgulho LGBTQIA+.
Com informações da revista Galileu