Por Marcelo Hailer
O ex-presidente Lula já afirmou que a imprensa lhe arrumou mais 10 de vices e isso mesmo antes de confirmar a sua candidatura.
Nota da jornalista Monica Bergamo publicada na edição da Folha de S. Paulo da quarta-feira (4) dá conta de que o ex-governador Geraldo Alckmin é cotado para ser vice do Lula.
Os petistas afirmam que, apesar das diferenças históricas com os tucanos na área econômica, Alckmin é o último remanescente do PSDB histórico, de Mário Covas e de Franco Montoro: apegado a valores democráticos e com olhar generoso em relação aos problemas sociais do Brasil.
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Porém, em “Fala, Rovai”, publicado em abril deste ano, o editor da Revista Fórum comentou sobre. À época, a presidenta nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffman (SC), não descartou tal alianças, mas firmou que no momento o foco era articular as forças para derrubar Bolsonaro.
Essas articulações vão ao encontro do que o pré-candidato ao governo de SP, Fernando Haddad, declarou em encontro com trabalhadores da saúde de que, apesar de gostar de Boulos, os seus programas políticos são distintos e que tem conversado com Alckmin nos últimos tempos.
Eleitor de SP coloca Alckmin na dianteira
Pesquisa realizada pelo Govnet/Opinião Pesquisa, a pedido do Grupo Gazeta de S. Paulo, revela que o ex-governador Geral Alckmin, neste momento, é o franco favorito para ocupar o Palácio dos Bandeirantes. Na sequência aparece Haddad (PT), França (PSB) e Boulos (PSOL).
Na simulação do primeiro turno, Alckmin aparece com 22,5%, Fernando Haddad com 12,5%, Márcio França com 11,7%, Boulos com 7,9%, Tarcísio Freitas com 5%, Arthur do Val com 3,4%, Viniicius Poit, do partido Novo, 1,4%, Rodrigo Garcia, candidato apoiado por Doria, 1%.
Cenários para primeiro turno
A pesquisa também simulou alguns cenários de 1º turno: sem o nome de França, a liderança de Alckmin aumenta e vai a 28,3%, Haddad aparece com 14,1% e Boulos com 9,2%.
Quando o nome de Alckmin não aparece, o candidato do PT, Fernando Haddad, lidera com 19,9%, Marcio França vem na sequência com 17,9, sucedido de Boulos que aparece com 9,1%.
Sem Haddad na disputa, a intenção de votos em Boulos dobra, e o cenário fica assim: Alckmin aparece com 35,4%, Boulos com 20,1%, Tarcisio Freitas 5,8% e Arthur do Val com 4,3%.
Um cenário sem Boulos e França também simulado, neste Alckmin aparece com 30,5%, Fernando Haddad com 22,4%, Tarcísio Freitas com 5,7%, Arthur do Val com 4,4% e Rodrigo Garcia com 2,1%.
O ex-governador de SP lidera em todas as simulações de segundo turno: contra o candidato petista, Alckmin teria 36,45% e Haddad 24,69%; entre Alckmin e França, 37,59% e 27,40%, respectivamente; venceria Rodrigo Garcia com 52,9% contra 6,76%.
Sem Alckmin na disputa, o cenário coloca Haddad em empate técnico com França (30,10% e 32,31%, respectivamente) e de vitória contra Rodrigo Garcia: Haddad teria 40,91% contra 11,6% do atual vice-governador.
Rejeição a Doria
A pesquisa também quis saber a avaliação dos paulistas sobre o governo de João Doria: 46% se declararam completamente insatisfeitos; 25% mais insatisfeito do que satisfeito; 22% satisfeito e apenas 6% declaram está completamente satisfeito.
O levantamento traz um paradoxo: 86% dos entrevistados querem mudanças na gestão do estado de São Paulo, mas, como indicado acima, está mais inclinado a eleger novamente Alckmin como governador do que apostar em novos nomes como de Haddad e Boulos. Mas isso pode mudar durante a campanha de fato.
A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 20 de outubro e entrevistou, por telefones, 814 pessoas moradoras de 168 municípios do estado de SP. A margem de erro é de três pontos.