
Nos bastidores da política, parlamentares e auxiliares de Jair Bolsonaro (sem partido) já deixaram claro que não acreditam na versão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para justificar o ataque a Rodrigo Maia (DEM-RJ), na noite da quarta-feira (28). A informação foi divulgada pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

Depois de chamar o presidente da Câmara de ‘Nhonho’, em referência ao personagem do ‘Chaves’, o ministro afirmou que sua conta foi hackeada e que não é o autor da publicação. A conta de Salles no Twitter está temporariamente suspensa.

A avaliação do núcleo presidencial é a de que ele apresentou essa versão como uma desculpa para diminuir a repercussão do episódio. Auxiliares do presidente afirmam inclusive que, tendo sido Salles o autor, o ministro não sofreria qualquer tipo de questionamento do Palácio do Planalto, especialmente por ser contra Maia, com quem Jair Bolsonaro (sem partido) não tem boas relações.
Entre parlamentares, a leitura é a de que Salles conteve a escala da crise ao dizer que teve a conta invadida, ainda que não se acredite nesta versão. Sua saída em razão do episódio sequer é considerada.
Entenda a polêmica criada por Salles
No último sábado, Maia havia criticado o comportamento de Salles durante a briga travada entre as alas ideológica e militar do governo. “O ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo”, escreveu o presidente.
Na manhã desta quinta-feira (29), horas após o postagem, Salles afirmou em sua conta no Twitter que suas redes sociais foram usadas “indevidamente”. “Fui avisado há pouco que alguém se utilizou indevidamente da minha conta no Twitter para publicar comentário junto à conta do Presidente da Câmara dos Deputados, com quem, apesar de diferenças de opinião sempre mantive relação cordial”, escreveu o ministro na mesma rede social.
Após a nova publicação, a conta do ministro Salles foi bloqueada, um sinal de que o ministro pode ter acionado o procedimento de segurança para invasões. A conta ainda existe, mas as postagens não são mostradas.
O ‘apelido’ dado por Salles a Maia é, na verdade, como a ala ideológica de apoiadores de Bolsonaro chama, de forma pejorativa, o presidente da Câmara.
Com informações da Folha de S.Paulo