por: Nathalia Bignon Postado em: 29/10/2020 - 09:20 Atualizado em: 29/10/2020 - 09:20
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chamou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de ‘Nhonho’ em uma postagem nas redes sociais na noite desta quarta-feira (28).
O comentário foi feito em um tuíte de Maia do último sábado. Nele, o presidente da Câmara criticava Salles: “O ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo.”
O ‘apelido’ dado por Salles é, na verdade, o nome de um personagem do seriado mexicano ‘Turma do Chaves’ e é como a ala ideológica de apoiadores de Bolsonaro chama, de forma pejorativa, o presidente da Câmara.
Salles x Ramos
A publicação de Maia foi feita em meio a uma briga entre as alas ideológica e militar do governo, exposta após o ataque pelas redes sociais de Ricardo Salles a Luiz Eduardo Ramos, na última quinta-feira.
A “briga” começou após a publicação de uma nota da colunista do Globo, Bela Megale, com um recado enviado pelo Ministro do Meio Ambiente a seu colega de governo, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Pelo Twitter, Salles disse “ter enorme respeito e apreço pela instituição militar” e que o general deveria deixar de lado a “postura de #mariafofoca”.
‘Treta’ chegou até o Senado
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também saiu em defesa do ministro da Secretaria de Governo. Em uma publicação no Twitter, Alcolumbre destacou a importância de Ramos para a relação institucional do governo com o Congresso e alfinetou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, dizendo que “não é saudável” que um ministro ofenda um colega publicamente.
“Sem entrar no mérito da questão, faço duas ressalvas.1.Como chefe do Legislativo, registro a importância do @MinLuizRamos na relação institucional com o Congresso. 2. Não é saudável que um ministro ofenda publicamente outro ministro. Isto só apequena o governo e faz mal ao Brasil”, escreveu Alcolumbre.
As postagens, entretanto, geraram respostas negativas por parte de opositores do governo.
Trégua
No último domingo, Salles usou sua conta em redes sociais para pedir desculpas ao colega Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). O gesto ocorreu no mesmo dia em que Jair Bolsonaro deu um passeio de moto com o militar. Na quinta, irritado, Salles chamou Ramos de “Maria fofoca”.
“Conversei com o ministro Ramos, apresentei minhas desculpas pelo excesso e colocamos um ponto final nisso. Estamos juntos no governo, pelo presidente Bolsonaro e pelo Brasil. Bom domingo a todos”, escreveu Salles.
Leia também: Panos quentes: Bolsonaro tenta amenizar tensão em sua equipe
Mais cedo, durante o passeio, perguntado se a situação estava pacificada, Luiz Eduardo Ramos respondeu: “Quando um um não quer, dois não brigam”.
Na tarde desta quarta, em rede social o ministro da Secretaria de Governo afirmou que uma “boa conversa apazigua as diferenças” e que “intrigas não resolvem nada”.
No fim da noite, o secretário-geral do PT, deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) anunciou que irá acionar a Procuradoria-Geral da República para que Salles responda pela ofensa ao presidente da Casa. “Vou protocolar representação na PGR contra o ministro Ricardo Salles por quebra de decoro pela ofensa ao presidente da Câmara Rodrigo Maia”, escreveu.
Com informações do jornal O Globo
