Em artigo publicado em O Globo, a jornalista Flavia Oliveira traça um paralelo entre as manifestações contra o racismo nos Estados Unidos, após o assassinato de George Floyd em maio, homem negro asfixiado por um policial branco, e entre uma operação das polícias Civil e Federal em São Gonçalo (RJ) que abreviara a vida de João Pedro Matos Pinto, estudante de 14 anos que estava na casa da família, no Complexo do Salgueiro dez dias antes do assinado de George Floyd.
A jornalista destaca, dada a gravidade dos dois casos, que foi a comoção pela vítima americana que respingou no Brasil, não o contrário, embora aqui a letalidade pelo Estado seja mais assombrosa. Em 2019, o Rio de Janeiro contabilizou mais mortes decorrentes de intervenção policial do que os Estados Unidos inteiro.
Flávia Oliveira relembra o #blacklivesmatter
Por causa de Floyd, argumenta a jornalista, porções da sociedade brasileira se deram conta do racismo que, desde sempre, se materializa em homicídios de pessoas negras, escassez de oportunidades de educação, postos de trabalho, más condições de habitação, transporte e acesso à saúde no país.
Reivindicações históricas das entidades do movimento negro brasileiro ganharam eco em perfis de A a Z na forma das hashtags #blacklivesmatter, na versão em inglês, ou #vidasnegrasimportam, traduzida. Sob quadrados pretos nas redes sociais multiplicaram-se compromissos com equidade de raça e gênero sob o slogan “Não basta não ser racista, tem de ser antirracista”, retirado da teoria crítica da filósofa americana Angela.
Flavia pontua iniciativas como a da rede de varejo Magazine Luiza, que anunciou um recrutamento exclusivos para jovens afro-brasileiros e foi bombardeada nas redes sociais. A gigante do varejo brasileiro, segundo dados divulgados pelo CEO da Magazine Luiza, tem somente 16% de negros em cargos de lideranças e, num grupo de 250 trainees, contou uma dezena de pretos e pardos.
O bombardeiro veio daqueles que viram na iniciativa uma especia de racismo ao contrário [sic]. Segundo a jornalista, O Ministério Público do Trabalho recebeu 19 pedidos de investigação por racismo e arquivou todos, porque há vasto entendimento de que não se constrói igualdade sem priorizar grupos excluídos.
Mesmo com aumento percentual para as eleições de 2020, Flavia destaca que candidatos negros na política estão enfrentando asfixia financeira, ataques e boicotes. Para Flavia Oliveira, é hora de os autodeclarados antirracistas agirem. Com discursos, recursos e votos.
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