Luiza Trajano, dona da rede de lojas Magazine Luiza, é a mulher mais rica do Brasil e ocupa a 8ª posição na lista da revista Forbes – no ano passado, estava em 24º lugar. Ela viu seu patrimônio crescer 181% de um ano para o outro e atingir R$ 24 bilhões. É a única mulher entre os top 10 da lista de bilionários.
O total de mulheres na lista da Forbes passou de 33 para 46 do ano passado para este. Ao todo, o ranking de bilionários brasileiros em 2020 tem 238 nomes.
De acordo com a revista, a valorização do Magazine Luiza foi alavancada pela estratégia de inovação digital da companhia e investimento no e-commerce, incluindo a aquisição da Netshoes e de três plataformas digitais de mídia: a Canaltech, a Unilogmic Media e a InLoco Media. Luiza Trajano atua como presidente do conselho de administração da companhia.
Troca na liderança do ranking
Na lista de 2019, a brasileira mais bem colocada no ranking da Forbes era Miriam Voigt Schwartz, ao lado de sua família, na 22ª posição, com um patrimônio de R$ 10,78 bilhões. Ela é a filha mais velha de Werner Ricardo Voigt, cofundador da fábrica de motores Weg, que morreu em 2016. Aliás, na lista da Forbes deste ano há 13 bilionários cujo patrimônio é proveniente da Weg.
Na lista atual, Miriam aparece na 32ª posição (patrimônio de R$ 10,77 bi), atrás de outras três mulheres: Luiza Trajano, Dulce Pugliese de Godoy Bueno (fundadora da Amil) e Flávia Bittar Garcia Faleiros (herdeira das ações do casal Wagner e Maria Trajano Garcia, participante da fundação do Magazine Luiza).
Confira as 10 primeiras mulheres do ranking da Forbes:
8º) Luiza Trajano (Magazine Luiza): R$ 24 bilhões
14º) Dulce Pugliese de Godoy Bueno (Amil): R$ 16,34 bilhões
28º) Flávia Bittar Garcia Faleiros (Magazine Luiza): R$ 11,46 bilhões
32º) Miriam Voigt Schwartz (Weg): R$ 10,77 bilhões
33º) Cladis Voigt Trejes (Weg): R$ 10,66 bilhões
34º) Valsi Voigt (Weg): R$ 10,56 bilhões
44º) Maria Helena Moraes Scripilliti (Votorantim): R$ 9,46 bilhões
50º) Ana Lúcia Barretto Villela (Itaú Unibanco): R$ 8,74 bilhões
53º) Camilla de Godoy Bueno Grossi (Amil e Dasa): R$ 8,5 bilhões
66º) Lily Safra (Banco Safra): R$ 6,76 bilhões
Mulheres que entraram e saíram da lista
Estão de volta à lista da Forbes deste ano as irmãs Janet Guper (215º, R$ 1,27 bilhão) e Lisabeth Sander (231º, R$ 1,12 bilhão), acionistas da empresa de papel e celulose Suzano. As duas são netas de Leon Feffer, fundador da companhia e que faleceu em 1999. Elas herdaram fatias acionárias ligeiramente diferentes deixadas pela mãe, Fanny, morta em 2017.
Já Maria Alice Setúbal, filha do banqueiro Olavo Egydio Setúbal (morto em 2008), saiu do ranking deste ano, com fortuna abaixo do bilhão. Ela detém a menor fatia acionária do Itaú Unibanco, da Duratex e de outros negócios em que a holding ltausa tem participações. Maria Alice não atua nos negócios do banco.
Ataques à Luiza
Depois de ter sofrido ataques nas redes sociais desde que anunciou um programa de trainee exclusivo para negros, sob argumento de que a iniciativa seria ilegal e racista, a empresária falou sobre o tema durante a 6ª edição do Fórum de Igualdade Racial, promovido pelo Grupo Mulheres do Brasil, na noite no último dia 22 de setembro.
“Sem diversidade, [as empresas] não têm inovação, não têm criatividade. Esse final de semana entendi que temos que explicar mais o que é o racismo. Nós ainda temos que educar mais a população sobre isso”, declarou a executiva, ao participar do painel ‘Inclusão Racial do Mundo Corporativo’.
“Já havíamos tentado de tudo para ampliar a presença de negros no processo de trainee. A ideia de fazer um programa só para negros foi ótima. Sabíamos que seriamos bombardeados, mas nunca aconteceu uma repercussão deste tamanho”, afirmou a executiva.
Com informações do UOL