Por Lucas Vasques
As declarações do cantor e ex-deputado federal pelo PRB-SP, Sérgio Reis, continuam repercutindo e provocaram reação da polícia do Distrito Federal. O Departamento de Combate à Corrupção (Decor) abriu inquérito para investigar o caso.
A previsão é de que o cantor seja intimado a depor nos próximos dias, antes do início de setembro, de acordo com informações de Mirelle Pinheiro e Raphael Veleda, no Metrópoles.
Na quinta-feira (12), Reis teve um encontro com empresários do agronegócio e caminhoneiros em que debateu a organização de uma manifestação contra o Supremo Tribunal Federal (STF), em defesa de Bolsonaro e pelo voto impresso, programada para o dia 7 de setembro.
“Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas ninguém anda no país. Vai parar tudo. Não é só Brasília, é o país”, disse o cantor na reunião.
“Nada nunca foi igual ao que vai acontecer. Se eles [os ministros do STF] não atenderem ao nosso pedido, a cobra vai fumar”
Sérgio Reis
O cantor bolsonarista também estaria por trás de um plano golpista: ele pretendia dar um “ultimato” ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmando que vai invadir o prédio da Corte Suprema, “quebrar tudo” e retirar os ministros de lá “na marra”.
“Vou dizer ao presidente do Senado que eles têm 72 horas para aprovar o voto impresso e tirar todos os ministros do STF. Isso não é um pedido, é uma ordem”, afirmou.
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Em um áudio que vazou nas redes sociais, ele conta a uma pessoa identificada como Marcelo que empresários do soja estariam financiando uma mobilização de bolsonaristas em Brasília em prol do voto impresso, proposta defendida por Jair Bolsonaro e que foi, recentemente, derrotada na Câmara.
Com isso, Reis será investigado por suposta associação criminosa voltada à prática dos crimes previstos nos artigos 129 (ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem), 147 (ameaçar alguém, por palavra, escrita ou gesto), 163 (dano ao patrimônio) e 262 (expor a perigo meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento) do Código Penal.
Depressão
Depois de tudo isso, nesta segunda-feira (16), a esposa do músico, Ângela Bavini, disse que o marido não deve mais participar do ato golpista previsto para o dia 7 de setembro.
O músico teria ficado abalado com a repercussão do áudio vazado. “O Sérgio foi induzido por pessoas que dizem estar em um movimento tranquilo. No fim, todo mundo vaza [desaparece] e sobra para ele, que é uma celebridade”, disse a esposa.
“Ele está muito triste e depressivo porque foi mal interpretado. Ele quer apenas ajudar a população. Está magoado demais”, completou.