
O assassinato de João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, durante uma operação conjunta da Polícia Federal, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, repercutiu entre parlamentares nesta terça-feira (19). Baleado e morto após a polícia invadir a casa onde ele estava em plena pandemia, segundo relatos dos familiares, o corpo do menino foi localizado apenas na manhã desta terça.
“Os policiais saíram atirando”, escreveu um primo numa rede social. Segundo informações da Polícia Civil, João Pedro foi atingido durante um confronto na comunidade enquanto policiais federais e civis atuavam na região.
“Aos 14 anos, João Pedro entra para a triste estatística das mortes precoces de negros que moram em comunidades. Após uma desastrosa operação policial, o garoto foi baleado na frente de familiares e seu corpo ficou ‘desaparecido’ por algumas horas”, lamentou a deputada Lídice da Mata (PSB-BA). A parlamentar recordou que enquanto exercia o mandato no Senado, como presidente da CPI que investigava assassinatos de jovens, um relatório apresentado à Comissão já alertava que cerca de 23,1 mil jovens negros era assassinados anualmente no país.
Solidarizando-se com a família, Bira do Pindaré (PSB-MA) levantou a bandeira das mortes entre jovens negros no Brasil. “João Pedro, 14 anos de idade, negro, morto dentro de casa em mais uma operação desastrada do Estado do Rio Janeiro, em plena pandemia. Até quando suportaremos esse extermínio da juventude negra no Brasil?”, questionou o deputado maranhense.
Líder do PSB, Alessandro Molon (RJ) também usou seus canais nas redes sociais para pedir justiça para o caso.
“Tristeza imensa pelo assassinato do menino João Pedro, morto em casa, indefeso. Até quando vidas de crianças serão tiradas? Basta dessa violência! Que seja conduzida uma investigação séria e seja feita justiça. Minha solidariedade à família e aos amigos!”, escreveu.
Lideranças
Reproduzindo o vídeo em que o pai de João Pedro afirma a dor da família, Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também externou sua revolta com a morte do menino. “Dilacerador e revoltante. Mais uma família que chora a dor de perder seu filho por uma guerra sem vencedores. Mais uma vida interrompida. Basta. Até quando? Todo minha solidariedade aos familiares de João Pedro. #VidasNegrasImportam”, escreveu no Twitter.
Jandira Feghali, deputada do PCdoB-RJ, afirmou que a morte de João Pedro é parte dos ‘horrores que o Rio não supera nunca. “Inocentes atingidos em operações policiais nas favelas. O Rio executa em sua guerra nas favelas o preto, pobre, jovem. Tristeza!!”, comentou.
Maria do Rosário (PT-RS) foi mais uma parlamentar a demonstrar indignação. “Brasil, toma visão! Rebele-se! Eu me recuso a me acostumar à tragédia e à morte do assassinato de meninos para o estado. Nestes dias, perdemos vidas na covid-19, perdemos vidas de mulheres para o feminicídio, perdemos também vidas de crianças para tiros? E ñ se faz nada?”, indignou-se.