Atos realizados de norte a sul do Brasil e também no exterior neste sábado (29) querem o impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido). As manifestações pedem também auxílio-emergencial de R$ 600, vacina para todos e apoiam a CPI da Pandemia no Senado Federal. O atos estão sendo realizado em diversas capitais e cidades brasileiras, de todas as cinco regiões. Há ainda protestos no exterior, em Londres, na Inglaterra, e Berlim, Alemanha.
Atos não são partidários
Os protestos têm a adesão de mais de 100 organizações reunidas nas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e foram batizados de #29M. A Direção Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) não aderiu aos atos nem convocou militantes a aderirem aos protestos.
O receio é com a possibilidade de aumentar a contaminação pelo coronavírus em um momento em que cientistas e médicos alertam para o recrudescimento da pandemia nos próximos dias. Possíveis aglomerações podem agravar ainda mais a difícil realidade que o país tem vivido, com mais de 459 mil mortos pela doença. Ainda assim, socialistas participam dos atos em várias cidades do país.
O deputado socialista Aliel Machado (PSB-PR) reiterou em declaração ao Congresso em Foco que as manifestações não são partidárias, mas sim de pessoas que não suportam o governo de Bolsonaro.
“A ideia é uma mobilização nacional, não de partidos, mas da sociedade, das instituições em defesa da vida. Isso é mais que a esquerda, isso é uma manifestação de todos que são contra a barbárie.”
Aliel Machado
Às 9h, participantes dos atos já se concentravam em cidades como Brasília (DF), Maceió (AL), Belém (PA) Rio de Janeiro (RJ), Aracaju (SE) e Ribeirão Preto (SP). As manifestações terão início em diferentes horários durante a manhã e a tarde.
Medidas de proteção nos atos
Os organizadores dos atos afirmam que os protestos terão distanciamento e seguirão as medidas sanitárias. Em Brasília, uma faixa em um carro de som traz quais serão as regras para a manifestação e também houve distribuição de máscaras PFF2 aos participantes que não usavam o modelo. Em Belo Horizonte, o uso de máscara pelos manifestantes acontece, mas o isolamento social não é totalmente respeitado.
O coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB) e um dos organizadores do ato na capital federal, Bruno Zaidan, explica que os atos foram organizados por questão de necessidade.
“O ato de hoje foi feito por pura necessidade, porque hoje nós temos um governo que está promovendo o genocídio no nosso país. É um governo que está matando de covid, ao ter recusado mais de 10 ofertas de vacina. Está matando de fome, porque instituiu um auxílio emergencial totalmente insuficiente, que não dá conta da sobrevivência das pessoas.”
Bruno Zaidan
No Rio de Janeiro, a Polícia Militar do 4º batalhão fará o policiamento da manifestação na avenida Presidente Vargas, onde o ato se concentra. Segundo o responsável pelo policiamento, serão entre 150 a 200 homens para garantir a segurança na manifestação. “Estamos aqui para garantir o direito constitucional de manifestação”, afirmou o major Adelino Azevedo, comandante da operação. As duas pistas sentido centro da avenida serão bloqueadas para o ato.
No Recife manifestantes ignoraram pedido do Ministério Público (MP) para não ter atos por conta do agravamento da pandemia e decretos do governo estadual por isolamento.
Pauta de reivindicações
Entre as principais reivindicações está a defesa do impeachment de Bolsonaro em razão das mais de 459 mil mortes ocorridas no Brasil por causa do coronavírus.
Os manifestantes demandam auxílio emergencial de ao menos R$ 600 e vacinação para toda a população, além de repúdio a cortes de orçamento no Ministério da Educação, à Reforma Administrativa e a privatizações de empresas públicas. Ainda pedem o fim das mortes da população pobre e preta.
Os atos deste sábado ocorrem após Bolsonaro participar de um passeio com motociclistas no Rio de Janeiro, no último domingo (23) — no evento, foram registradas aglomerações e falta de uso de máscaras. O ato terminou com um discurso ao lado do ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello. Bolsonaro atacou governadores e prefeitos que decretaram medidas de restrição contra a covid-19.
Organizadores e apoiadores dos atos de hoje orientam o uso de máscaras e distanciamento social —apesar disso, a realização de manifestações em um momento crítico da pandemia foi alvo de críticas.
Capitais com manifestações
Norte
- Amazonas: Manaus, Praça da Saudade, às 16h
- Amapá: Macapá, Praça da Bandeira, às 16h
- Pará: Belém, Praça da República, às 8h;
- Rondônia: Porto Velho, Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, às 8h
- Tocantins: Palmas, Av. Juscelino Kubitschek, Palácio Araguaia, às 9h
Nordeste
- Alagoas: Maceió, Praça dos Martírios, às 9h
- Bahia: Salvador, Largo do Campo Grande, às 10h
- Ceará: Fortaleza, carreata na Arena Castelão, às 15h, e Praça da Gentilândia, às 15h30
- Maranhão: São Luís, Praça Deodoro, às 16h
- Paraíba: João Pessoa, Carreata Praça da Independência, às 9h
- Pernambuco: Recife, Praça do Derby, às 9h
- Piauí: Teresina, Praça Rio Branco, às 8h
- Rio Grande do Norte: Natal, Midway Mall, às 15h
- Sergipe: Aracaju, Praça de Eventos, às 8h
Centro-Oeste
- Distrito Federal: Brasília, Carreata Palácio do Buriti, às 8h30, e Museu Nacional, às 9h
- Goiás: Goiânia, Praça Cívica, às 9h
- Mato Grosso do Sul: Campo Grande, UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), às 8h
- Mato Grosso: Cuiabá, carreata na UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), às 9h
Sudeste
- São Paulo: avenida Paulista, no Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), às 16h
- Rio de Janeiro: Monumento Zumbi dos Palmares, às 10h
- Espírito Santo: Vitória, Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), às 15h
- Minas Gerais: Belo Horizonte, Praça da Liberdade, às 10h
Sul
- Paraná: Curitiba, Praça Santos Andrade, às 16h
- Santa Catarina: Florianópolis, Largo da Alfândega, às 10h
- Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Prefeitura, às 15h