A esquerda está de volta às ruas. Neste sábado (29) estão previstas manifestações em todo o país para pedir a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Estudantes, trabalhadores, militantes, ativistas e pessoas insatisfeitas com o rumo que o Brasil tomou vão ocupar as ruas de todas as capitais e mais de 100 cidades em todos os estados brasileiros. O ato conta com mais de 100 organizações reunidas nas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e foi batizado de #29M. Os manifestantes também querem celeridade nas vacinas e pagamento do auxílio-emergencial.
PSB não aderiu ao ato em respeito ao isolamento
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), no entanto, não vai participar dos atos nem convocou militantes a aderirem aos protestos. O receio é com a possibilidade de aumentar a contaminação pelo coronavírus em um momento em que cientistas e médicos alertam para o recrudescimento da pandemia nos próximos dias. Possíveis aglomerações podem agravar ainda mais a difícil realidade que o país tem vivido, com mais de 459 mil mortos pela doença.
Por isso, as manifestações devem ocorrer em espaços abertos e arejados. Os presentes devem manter o distanciamento e permanecer ao menos dois metros longe de outas pessoas. Quem for deve usar máscara, preferencialmente, a PFF2 ou N95, mais eficazes contra o coronavírus. Usar máscara cirúrgica por baixo da de pano também aumenta a proteção.
Também é necessário usar álcool 70%, especialmente, se for tocar o rosto – olhos, nariz e boca – que é por onde o vírus entra. Nada de compartilhar objetos pessoais ou alimentos. Quem tiver com sintomas da doença deve permanecer em casa.
Juventude pede cuidado redobrado
O presidente da Juventude Socialista Brasileira (JSB), Tony Sechi, avalia que o momento é muito delicado.
“Estamos vivendo um processo no País que ninguém aguenta mais esse desgoverno, mas precisamos ter todos os cuidados antes de sair pra rua. Cuidar distanciamento, uso de máscaras e todos os cuidados necessários. Não podemos ser confundidos com os negacionistas que fazem coisas que tanto criticamos e condenamos.”
Tony Sechi
Pauta dos atos pelo Brasil
Além da saída de Bolsonaro, os manifestantes também querem o aumento no ritmo da vacinação no país, o pagamento do auxílio-emergencial de R$ 600 e aumento de verbas para a educação com o iminente colapso das universidades federais. Por outro lado, são contra a reforma administrativa e a agenda de privatizações bolsonarista, que aprovou a venda da Eletrobras na Câmara.
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Desde fevereiro, são até 14 dias para o país conseguir aplicar 10 milhões de vacinas. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), uma em cada cinco cidades tem enfrentado falta de vacinas. Já o auxílio caiu de R$ 600 para R$ 200 neste ano, e manifestantes cobram que o valor volte a ser de R$ 600.
O Brasil encerrou o primeiro trimestre com 14,3 milhões de pessoas desempregadas – 14,2% da população – a maior taxa já registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde o início da série histórica, em 2002.
O apoio ao governo de Bolsonaro tem desmoronado. E 75% dos brasileiros acreditam que ele demorou a comprar as vacinas contra a Covid-19. Avaliação compartilhada pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, que falou à CPI da Pandemia durante mais de sete horas nesta quinta-feira (27). Ele atribuiu o atraso na vacinação no país ao presidente. Na Câmara, 117 pedidos de impeachment foram protocolados.