
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso afirmou nesta quinta-feira (29) que o discurso de que “se eu perder houve fraude” é de “quem não aceita a democracia”.
A fala foi feita durante inauguração da nova sede do Tribunal Regional Eleitoral do Acre e vem em resposta aos seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao sistema eleitoral.
“O discurso de que ‘se eu perder houve fraude’ é um discurso quem não aceita a democracia”, disse Barroso.
“Em 2014, o candidato derrotado pediu auditoria e o próprio partido reconheceu que não houve fraude. Nunca se documentou fraude. No dia que se documentar, a Justiça Eleitoral vai apurar imediatamente. Ninguém tem paixão por urnas, mas sim por eleições livres e limpas”
Luís Roberto Barroso
Os embates entre Barroso e Bolsonaro estão cada vez mais frequentes, graças aos constantes ataques que o chefe do Executivo faz ao sistema eleitoral do país e as ameaças de que não haverá eleição se não houver voto impresso, entre diversas desinformações propagadas por ele.
Nesta quarta-feira (28), o STF reagiu à desinformação espalhada por Bolsonaro, de que a Corte teria limitado o poder de atuação do governo federal no combate à pandemia de covid-19.
“Uma mentira repetida mil vezes vira verdade? Não. É falso que o Supremo tenha tirado poderes do presidente da República de atuar na pandemia. É verdadeiro que o STF decidiu que União, estados e prefeituras tinham que atuar juntos, com medidas para proteger a população. Não espalhe fake news! Compartilhe as #VerdadesdoSTF”, dizia publicação do Supremo no Twitter.
‘Conspiração de muita gente’
Segundo Barroso, “uma fraude exigiria que muita gente no TSE se comprometesse, ia ser uma conspiração de muita gente”.
“Não há precedente e não há razão para se mexer no time que está ganhando. Não sou candidato a nada. Só quero preservar a democracia. Esse é o único compromisso meu e da Justiça Eleitoral”, disse o ministro.
Barroso critica falta de segurança de voto impresso
O ministro voltou a dizer que o voto impresso não é um mecanismo seguro de auditoria.
“Ele é menos seguro porque precisa ser transportado. Estamos falando de 150 milhões de votos. Há regiões com milícias, roubo de cargas. Transportar votos, armazenar votos. Isso é um filme de terror”
Luís Roberto Barroso
O ministro afirmou ainda que uma das características da democracia é “reconhecer que outro que pensa diferente de mim pode ganhar”.
“O sistema atual consagra a democracia e uma das características da democracia é reconhecer que outro que pensa diferente de mim pode ganhar”, completou.
Com informações do G1