No Nordeste, chega a 65% o índice dos que utilizam o auxílio de R$ 600 para se alimentar
Pesquisa do DataFolha revelou que a maioria dos brasileiros que recebem auxilio emergencial do governo federal na pandemia usa o dinheiro principalmente para comprar comida. Segundo o instituto, 53% dos entrevistados afirmam ter usado os R$ 600 mensais que recebem de preferência com sua alimentação.
O estudo foi feito em 11 e 12 de agosto, com 2.065 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
As desigualdades foram evidenciadas na pesquisa. O gasto com comida sobe para 65% entre nordestinos, 61% entre os mais pobres e 59% entre aqueles com menos instrução. Nesta mesma pesquisa também foi revelado que o Nordeste foi a região onde subiu a aprovação do presidente Jair Bolsonaro.
A equipe de Paulo Guedes (Economia) queria que o auxílio fosse de R$ 200, mas o valor triplicou no Congresso com a luta da oposição ao governo. Na semana passada, o ministro disse que o gasto é insustentável além deste mês.
São gastos cerca de R$ 50 bilhões mensais, segundo a equipe econômica. O principal programa social do governo, o Bolsa Família, desembolsou quase R$ 34 bilhões ao longo de todo o ano passado.
Única fonte de renda é o auxílio
O DataFolha também revelou que os R$ 600 são a única fonte de renda para 44% dos atendidos. Novamente, o Nordeste é a região mais impactada, onde 52% têm no auxílio a única fonte de renda. O índice cai a 42% no Sudeste.
Também entre moradores do Sudeste, o uso da ajuda para comprar comida cai para 44%, cedendo espaço para o pagamento das contas (33%). Como seria previsível, desempregados (75%) e assalariados sem registro em carteira (71%) são os que mais pedem a ajuda. Servidores públicos, por sua vez, somam só 6%.
Pesquisa ainda aponta que pretos (43%) e pardos (45%) pedem mais o auxílio que os brancos (34%) e os amarelos (29%).
Com informações da Folha de S. Paulo