Parte do destino do bilionário orçamento secreto montado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para comprar apoio parlamentar, o ‘Bolsolão’, veio à público. Nesta sexta-feira (14), a Revista Crusoé listou cidades, empresas e nomes de beneficiados presentes em planilhas e ofícios enviados pelo Palácio do Planalto ao Ministério do Desenvolvimento Regional para o pagamento de recursos federais.
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A pasta é comandada por Rogério Marinho e, conforme reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, teria recebido cerca de R$ 3 bilhões. Essa dinheirama foi distribuída de acordo com orientações presentes em uma planilha elaborada pelo Planalto contendo apenas parlamentares leais ao governo.
Líder do governo aparece no ‘Bolsolão’
Na lista estão, por exemplo, familiares e amigos dos filhos do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Bezerra é um dos comandantes da tropa bolsonarista na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia que ocorre na Casa.
O senador conseguiu poder para indicar nada menos do que R$ 125 milhões. Bezerra comanda a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Da mesma forma, tem na região do São Francisco seu principal reduto eleitoral. O filho dele, por exemplo, é prefeito da principal cidade da região, Petrolina (PE), destino escolhido pelo senador para alocar a maior parte dos recursos.
Desde o ano passado, pelo menos R$ 10 milhões foram usados para compra de maquinário na concessionária local HGV Veículos, cujo dono, Hugo Bezerra Gurgel Neto, é um dos melhores amigos de outro filho do senador, o deputado estadual Antônio Coelho. Também foi fechado negócio com a empresa Mavel Máquinas e Veículos que tem como sócio o irmão de Fernando Bezerra, Caio Bezerra de Souza Coelho.
Lista tem operador do Progressista
Nas planilhas divulgadas também consta o nome de Davidson Tolentino, que é conhecido como operador do Progressista, o novo nome do PP. Tolentido já ocupou posições estratégicas nos mais diferentes órgãos públicos. Ele é próximo do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que, junto com Bezera, compõe o grupo bolsonarista na CPI da Pandemia.
Somente no ano passado foram pagos em emendas parlamentares R$ 20 bilhões dentro do chamado orçamento paralelo. Enquanto no Congresso cabia ao relator do orçamento federal indicar o destino das emendas, no Executivo a missão de organizar a planilha cabia ao ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.
Com informações da Revista Fórum