
Nesta terça-feira (9), Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a flexibilização do isolamento social no país, mesmo após o Brasil ter se tornado o terceiro no ranking de mortes provocadas pela pandemia do coronavírus.
Em reunião ministerial, o presidente, que costuma fazer críticas à Organização Mundial de Saúde (OMS), citou declaração não conclusiva feita pela chefe do programa de emergências da entidade mundial para pregar a retomada da atividade econômica.
Ontem, a epidemiologista da instituição, Maria van Kerkhove afirmou que a transmissão da doença por pacientes sem sintomas parece ser rara. A declaração foi baseada em um estudo de pequeno porte e não alterou a recomendação do órgão de saúde de manter o isolamento social.
“Esse pânico que foi pregado lá atrás por parte da grande mídia começa talvez a se dissipar levando em conta o que a OMS falou por parte do contagio dos assintomáticos”, disse Bolsonaro. “Quem sabe, após essa declaração, poderemos voltar à normalidade que tínhamos no começo deste ano”, ressaltou.
Na reunião desta terça-feira (9), a primeira a ser televisionada, o presidente disse ainda que a declaração da chefe do programa de emergências irá abreviar políticas de contenção no Brasil, como o isolamento e o lockdown.
Nature
Em uma publicação divulgada também nesta segunda (8), a revista científica Nature apontou que medidas de isolamento social mais rígidas, incluindo o fechamento de lojas e escolas, foram decisivas para reduzir as taxas de transmissão e, consequentemente, de óbitos pela covid-19 na Europa.
A equipe de pesquisadores estimou que, no início de maio, entre 12 e 15 milhões de pessoas nos 11 países pesquisados — Áustria, Bélgica, Reino Unido, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha, Suécia e Suíça — estavam infectadas com o vírus. O estudo sobre o impacto da quarentena foi feito por cientistas da Imperial College de Londres.
Ao comparar o número de mortes contabilizadas com as mortes previstas pelo modelo se nenhuma medida fosse imposta, os pesquisadores descobriram que cerca de 3,1 milhões de mortes foram evitadas.
Com informações da Folha.