
O Brasil subiu seis posições e passou para a 51ª colocação entre 63 países no Ranking Global de Competitividade Digital. No entanto, o país tem a segunda maior carência de mão-de-obra na área, atrás apenas da Venezuela. As informações são do Valor Econômico.
O levantamento foi realizado pelo IMD, escola de administração de Lausanne, na Suíça, e procura mostrar como as economias empregaram tecnologias digitais e a habilidade delas em resistir à pandemia. Há três fatores que são analisados: conhecimento, tecnologia e prontidão para o futuro. Os Estados Unidos, Cingapura, Dinamarca e Suécia são os quatro principais na competitividade digital.
O Brasil neste ano obteve a sua melhor colocação desde a criação do ranking, em 2017. Segundo o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que ajudou na pesquisa, durante a pandemia as empresas reagiram buscando outras tecnologias para gerar lucro.
“Quem decidiu fazer a transformação digital não foi o conselho de administração, e sim a reação à pandemia, levando o Brasil a avançar 27 posições no indicador que avalia a velocidade na adoção de tecnologias”, diz Arruda.
Outro ponto positivo é que o usuário brasileiro está disposto a ser mais digital. Por outro lado, a infraestrutura do país não está pronta. A velocidade média da banda larga no Brasil é um quarto da de países como Coreia do Sul e Cingapura.
Além disso, Arrasa afirma que está acontecendo um “apagão humano”, onde há baixa qualificação da mão de obra e defasagem tecnológica. Em plena revolução digital, isso poderá limitar o crescimento do país.
Após 6 mil pessoas serem ouvidas pelos pesquisadores no Brasil, o levantamento concluiu que no subfator “talento”, o país fica em 62ª posição entre 63 países. Nesse indicador estão disponibilidade de mão de obra digital tecnológica (62ª), suficiência de experiência internacional dos administradores (58ª) e atratividade de pessoal qualificado estrangeiro (58ª).
Ao mesmo tempo, o empresariado brasileiro também admite que o treinamento profissional não é uma prioridade nas empresas (59ª), numa evidente inconsistência empresarial.
“De um lado, tem a necessidade de encontrar mão de obra qualificada e de outra não investir nos recursos humanos”, diz o professor. “O ‘gap’ de talento é especialmente preocupante, porque outros países estão treinando em massa.”
Com informações do Valor