O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, negou ser afro-brasileiro e disse que nenhum cidadão preto nascido no Brasil é. Segundo ele, a criação do termo foi da esquerda escravocrata e que o prefixo “afro” seria o motivo de fomentar o rancor e dividir o país.
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A declaração foi escrita nas redes sociais, na madrugada desta quarta-feira (6). A organização que tem Sérgio como presidente é responsável pela promoção nacional da afro-brasilidade.
Não sou um afro-brasileiro! Nenhum cidadão preto nascido no Brasil é! A esquerda tenta nos prender ao passado e usa o prefixo “afro” para fomentar o rancor e dividir o povo. Pretos são 100% brasileiros e ajudarão a fazer do Brasil um país melhor, livre da esquerda escravocrata.
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) January 6, 2021
Histórico
No Dia da Consciência Negra de 2020, Sérgio Camargo também negou que exista racismo estrutural no Brasil. Em outra ocasião, o presidente da Fundação Palmares fez críticas ao movimento negro, alegando que deveria ser prioridade a leitura de Monteiro Lobato ao invés de ouvir artistas como Emicida e Mano Brown.
O clássico infantil brasileiro O Sítio do Pica-pau Amarelo, de Monteiro Lobato, tem trechos racistas, que passaram a ser contestados. Ao longo da obra, a personagem Tia Nastácia aparece nas obras como negra beiçuda e outros termos pejorativos são usados para inferiorizá-la em função da sua cor.
Ao reconhecer o racismo nas obras de Lobato, a bisneta do escritor, Cleo Monteiro Lobato, suprimiu os termos racistas em reedições do livro.
Com informações do UOL
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