A vontade de Camila Tapia de ser deputada estadual é tocante. Com brilho nos olhos e determinação, ela contou ao Socialismo Criativo que, caso seja eleita a uma vaga para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), terá como bandeira a defesa da pessoa com deficiência, a saúde e as mulheres.
Camila Tapia, 36 anos, tem uma doença rara, a ataxia de Friedreich. Ela descobriu o problema aos 28 anos de idade, após três anos de investigação. Nesta entrevista ao Uol ela conta como descobriu a doença e como fez para superar suas dificuldades.
Ela conversou com o site no sábado (20) no Ato Pela Democracia com a presença do ex-presidente Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), no Vale do Anhangabaú.
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Na entrevista ela diz que num encontro com o candidato Fernando Haddad (PT) e Lúcia França (PSB) reforçou a eles a necessidade de terem um olhar especial para pessoas que vivem em situação de fragilidade.
Quais serão suas bandeiras caso seja eleita?
Camila – A defesa da pessoa com deficiência, saúde e mulheres
Há uma carta de compromisso que foi entregue tanto pro Haddad quanto pra Lúcia França. O que tem nessa carta que precisa ser priorizado?
Camila – A gente tá passando um momento no país e no estado [de São Paulo] muito sério, onde as pessoas não têm acesso a emprego, à moradia, a fome tá crescente. Morador de rua em São Paulo aumentou assustadoramente.
Então essa carta de compromisso veio nessa direção, de garantir que as pessoas com menos condições possam voltar a manter seus lares, suas famílias.
E também nessa carta as pessoas com deficiência são citadas porque nós somos uma parcela muito invisibilizada pela política pública.
Eles se comprometeram com a gente em dar um olhar especial para essas pessoas e atender às nossas demandas específicas.
A gente tem visto um clima de intolerância em diversos setores da sociedade, inclusive uma religiosa. Como você vê esse crescente sentimento de intolerância com o outro?
Camila – Costumo dizer que política e religião não podem se misturar, são áreas distintas, são crenças que não dão certo quando a gente mistura os dois.
E aí hoje a gente vê uma política com esse viés, um viés religioso, sendo que quando a gente parte para a posição e representar o povo a gente vive num país laico, então a gente tem que fazer política para todos independente de religião e crenças.