Com a proximidade das eleições e a possível vitória do ex-presidente Lula (PT), a família do presidente Jair Bolsonaro (PL) está em polvorosa. Segundo relatos de jornais, as desavenças tensionaram as relações entre os membros do clã e a força-motriz do racha é a comunicação do pleito deste ano.
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De acordo com o jornal Estadão, iniciou-se uma disputa interna na pré-campanha — e na família —, do chefe do Executivo. O senador Flávio Bolsonaro (PL) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) estão numa medição de forças para comandar a comunicação do candidato a reeleição.
Carlos Bolsonaro, visto como comandante do chamado “gabinete do ódio” e articulador da comunicação informal de Bolsonaro na campanha de 2018, já foi às redes debochar das inserções televisivas do presidente na TV.
A comunicação do presidente, na pré-campanha de 2022, estaria sendo comandada por Flávio Bolsonaro. Alinhado com Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, o senador estaria na ponta de um conselho de comunicação institucional, o que engloba as inserções televisivas da semana passada.
Primeira-dama de braços cruzados
Além disso, a primeira-dama Michelle Bolsonaro está fazendo jogo-duro e decidiu não participar das campanhas eleitorais, mesmo depois de pedidos do mandatário. Até mesmo Valdemar ligou para ela pedindo sua participação, mas ela não gravou. As informações são da Fórum.
Outro que tem insistido pela sua participação é o pastor e propagador de fake news Silas Malafaia. Ele quer que Bolsonaro apele pela imagem dela junto ao evangélico para “reanimar” os eleitores cristãos.
“Como Michelle é evangélica, ela tem a linguagem evangélica, algo que Bolsonaro não tem. Por mais que Bolsonaro ande em igrejas, ele não é evangélico, e todos nós sabemos disso”, declarou o evangélico.
04 diz sofrer “terror psicológico”
Em sua tentativa de se tornar influenciador digital, Jair Renan Bolsonaro, o filho “04” do presidente disse em podcast que sofre “terror psicológico” do pai e da mãe, Ana Cristina Valle, segunda mulher do presidente, que teria sido a responsável por operacionalizar o sistema de corrupção das “rachadinhas” do clã.
“Minha mãe me bate e ele [meu pai] faz terror psicológico. Eu prefiro que me bata do que faça minha cabeça, falar no meu ouvido. Aquilo que eu fico duas semanas pensando no que ele falou”, disse.
Renan, que tem 24 anos, disse também que brigava muito com o pai até recentemente e que fazia “muita merda”. “Meu pai me prendia muito, fui conhecer o mundo de 16 para 17 anos, [antes era] só desavença, só brigava comigo, só fazia merda também. Até hoje, tive oportunidade de fazer muita merda, não perdi nenhuma! Hoje em dia sou mais centrado”, declarou.