Ao que tudo indica, Jair Bolsonaro (sem partido) recuou da decisão de demitir o presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão. De acordo com o colunista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, após a irritação inicial com o executivo pela repercussão gerada com o anúncio do fechamento de agências do banco e dos Planos de Demissões Voluntárias (PDVs) na última segunda-feira (11), o ex-capitão do Exército foi demovido da ideia.
Os dois PDVs, que alcançarão até 5 mil empregados do Banco, e a promessa de fechamento de 361 pontos de atendimento, sendo 112 agências, no entanto, continuam em andamento, sem qualquer sinal de recuo. Em um de seus ataques de proselitismo, Bolsonaro disse que era inaceitável fechar 5 mil postos de trabalho em um momento em que o país enfrenta desemprego recorde.
Reações no PSB
As reações ao anúncio de Brandão foram imediatas. No dia 11 de janeiro, o líder do PSB na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (RJ) anunciou que o partido iria convocar o ministro da Economia, Paulo Guedes, para que ele detalhasse a abertura dos programas. A sugestão partiu do companheiro de sigla, deputado Bira do Pindaré (PSB-MA), ex-presidente do Sindicato dos Bancários maranhense.
A reorganização administrativa do banco também fez com com o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) protocalasse um pedido de informações, também dirigido a Guedes, para cobrar mais explicações sobre o fechamento das 361 agências.
Vitória de Lira teria feito Bolsonaro recuar
Apesar do barulho inicial, o que parece ter realmente mexido com Bolsonaro foi a possibilidade de o projeto de reestruturação atrapalhar seus planos de eleger o deputado Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados. Bolsonaro já deixou claro que quer controlar o Legislativo.
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Mas, com as chances reais de Lira sair vencedor da disputa com Baleia Rossi (MDB-MS), protegido do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da República já virou a página em relação ao assunto. Não está nem mais interessado em saber o que se passa na instituição.
No dia do anúncio de Brandão, as ações do BB caíram quase 5%. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula e fiscaliza o mercado de capitais, manteve silêncio sobre o caos.
Com informações do Correio Braziliense
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