No Rio de Janeiro, a reabertura dos cinemas, prevista para o próximo dia 27 de agosto, deve ocorrer (pelo menos) daqui há 15 dias, contrariando expectativas do setor. Os exibidores do Rio contam com a experiência de outros mercados dentro e fora do Brasil para convencer as autoridades de que há segurança na operação.
Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) informou que vem realizando reuniões sobre o tema com diversos setores, inclusive com os profissionais do cinema.
Com a mudança, a intenção é que o setor, que acumula prejuízos em quase seis meses de fechamento, volte às atividades no mês de setembro.
Leia também: Cinemas brasileiros se preparam para a volta
Segundo O Globo, dados da Gower Street Analytics, apresentados pelo setor brasileiro, mostram que 48% das salas do mundo já voltaram. No Brasil, o setor ainda usa como exemplo a Playarte, em Manaus, que iniciou a operação na última semana, dia 13.
Frustração
Diante da inesperada prorrogação da Fase 5 de retomada das atividades, o presidente do Sindicato dos Exibidores do Rio de Janeiro, Gilberto Leal, expressou frustração com o aceno das autoridades. Ele alega que o fluxo de pessoas nas salas é controlado, diferentemente de estabelecimentos como bares e restaurantes, que já tiveram o funcionamento liberado.
“É difícil entender por que um cinema, onde a entrada e a permanência do público é totalmente monitorada, terá de ficar mais duas semanas fechado, enquanto bares, restaurantes, igrejas e atrações turísticas podem funcionar, mesmo sem ter esse controle”, compara Leal. “Queremos este voto de confiança da Prefeitura. Os cinemas podem servir de modelo para outras atividades”
O atraso, que afeta redes como Cinemark e Kinoplex e grupos como o Estação, ainda impacta a cadeia de distribuição, que planejava o retorno com base nas atividades dos estúdios no exterior.
É o caso da Paris Filmes, que faria o relançamento do suspense “A maldição do espelho” e a estreia do drama “A jornada”, com Eva Green , no dia 27.
“O planejamento depende de diversos fatores. Se um blockbuster entra, eu preciso lançar na sequência para evitar o risco de pirataria – destaca Jorge Assumpção, diretor de programação da Paris Filmes. – Ficamos num impasse: os exibidores não têm a confirmação dos filmes e as distribuidoras não sabem com quantas salas poderão contar”, diz Leal.
Dos cinemas aos palcos, cautela
O adiamento da retomada das atividades abrange outros espaços culturais da cidade como teatros, casas de show e centros culturais.
Em funcionamento desde julho com espetáculos via internet vistos por um único espectador por sessão, o Teatro PetraGold, no Leblon, tem adotado protocolos de segurança contra o coronavírus.
“Todo o protocolo que já utilizamos no Teatro Já será ampliado para receber um público maior, que não deverá passar de 80 pessoas num primeiro momento “, destaca André Junqueira, administrador do teatro.
Com informações do G1