Após o presidente Jair Bolsonaro decidir enterrar o Renda Brasil, o Congresso Nacional passou a acelerar a discussão de projetos que possam criar um programa de renda mínima mais abrangente que o Bolsa Família. As informações são da Folha de S. Paulo.
Deputados articulam a votação de projetos para criar uma renda mínima. Mesmo não sendo universal, o projete pretende incluir mais brasileiros de baixa renda que o Bolsa Família, que atende hoje 14,3 milhões de famílias, segundo dados de agosto.
Líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na Câmara, o deputado Alessandra Molon (RJ) afirma que o partido deve apresentar um novo projeto. Outro integrante da sigla, o deputado Felipe Rigoni (ES), que faz parte da frente parlamentar mista em defesa da renda básica, disse que o grupo ainda não se reuniu para definir uma estratégia.
“Mas é um pouco incoerente o presidente falar que não tem mais conversa sobre Renda Brasil e que vai continuar o Bolsa Família. Então não vai melhorar nada”, afirmou Rigoni.
A fim de deixar sua marca na área social, o governo pretendia acabar com um dos nomes mais fortes das gestões petistas. No entanto, Bolsonaro anunciou o seu fim após desgaste com a equipe econômica para decidir uma fonte que viabilizasse o programa.
“A conversa do Renda Brasil que lhe desagradou foram as reformas que têm que ser feitas ao mesmo tempo para fazer o Renda. Só que, sem as reformas, nem o Bolsa Família você consegue aumentar!”, afirmou Rigoni.
Agenda de desenvolvimento social
Se as discussões em torno de uma renda mínima universal não alcançarem o apoio do governo, Rigoni afirmou ser favorável a retomar a agenda de desenvolvimento social. A agenda consiste em uma série de propostas lançadas no ano passado e que conta com o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Entre as propostas, há uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para incluir o Bolsa Família na Constituição e um projeto que reformula o programa social e propõe reajuste dos valores do benefício.
Com informações da Folha de S. Paulo