Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciar que a Petrobras iria reduzir os preços dos combustíveis, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai investigar a estatal.
De acordo com o Estadão, a CVM abriu um processo administrativo, nesta segunda-feira (6), envolvendo a estatal.
O processo de número 19957.010061/2021-47 trata da supervisão de notícias, fatos relevantes e comunicados e foi iniciado pela Gerência de Acompanhamento de Empresas 1 (GEA-1) da autarquia, que deve analisar os fatos recentes envolvendo a companhia.
“A Petrobras começa nesta semana a anunciar redução no preço do combustível”, afirmou Bolsonaro ao site Poder360 no domingo (5). Ele não deu detalhes de como se dará a redução. Apenas, que a queda deve seguir pelas próximas semanas.
Nesta segunda, a Petrobras afirmou não antecipar decisões sobre valores.
Já a CVM informou que não comenta casos específicos.
Bolsonaro tenta jogar a culpa da alta dos preços nos governadores, em função da cobrança do ICMS.
Além disso, o atual chefe do Executivo também está trabalhando para privatizar a Petrobras.
Na semana passada, a Petrobras concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Bahia, para o fundo árabe Mubadala Capital. A operação foi concluída poucos dias depois de Bolsonaro voltar de uma viagem ao Oriente Médio, por US$ 1,8 bilhão (R$ 10,1 bilhões), ao fundo árabe Mubadala Capital.
Essa foi a primeira operação de venda de refinaria concluída desde que a Petrobras decidiu se desfazer de metade de sua capacidade de refino.
A venda foi fechada com valor muito abaixo de estudo de valuation do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que mostra que o valor de mercado da RLAM estaria entre R$ 17 bilhões e R$ 21 bilhões.
Antes de iniciar as negociações para a venda, o governo encomendou uma estimativa do valor ao BTG Pactual, banco que foi fundado por Paulo Guedes, que estipulou em uma venda 35% (R$ 5 bilhões) abaixo do mercado, o que daria à refinaria um valor de cerca de R$ 13,9 bilhões. No entanto, a Petrobras jogou o preço para baixo na negociação com os árabes.