O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse em entrevista à revista “Veja” que o governo federal vai comprar a vacina do laboratório chinês Sinovac, conhecida como CoronaVac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
Em entrevista à revista Veja, Mourão definiu a resistência de Bolsonaro à CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan contra a covid-19:
Essa questão da vacina é briga política com o Doria (João Doria, governador de São Paulo). O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí.
Com dois anos de antecedência, Bolsonaro e Doria estão em campanha para a eleição presidencial de 2022 e a vacina virou cavalo de batalha. Doria quer aparecer ao país como o sujeito ágil que chegou antes na corrida pela vacina, fez acordo com o laboratório chinês Sinovac para produção pelo Butantan e passou a vender a ideia de que está do lado certo da força, ao pregar a vacinação obrigatória. Bolsonaro identificou no movimento o que poderia ser um ativo importante na disputa pelo Planalto e desfez menos de 24 horas depois o arranjo anunciado aos governadores por seu ministro de Saúde, general Eduardo Pazuello, quando prometeu comprar 46 milhões de doses da CoronaVac para somar-se a outras vacinas que estão em desenvolvimento.
Coronavac
As vacinas relacionadas à Covid-19 seguem em fase de estudos e, por isso, nenhuma delas tem aprovação para uso na população geral até agora. Nesta quarta (28), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação de matéria-prima para que o Instituto Butantan produza 40 milhões de doses da CoronaVac.
Na semana passada, a Anvisa já tinha liberado a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac, que já virão envasadas e prontas para o uso. A aplicação, no entanto, só será autorizada depois que os estudos forem concluídos – e se as conclusões forem positivas.
Na entrevista à revista “Veja”, Mourão afirmou não ter receio de tomar vacina que venha da China. “Desde que esteja certificada pela Anvisa. Não tem problema nenhum”, afirmou.