
Por Plinio Teodoro
Acusado de ser a origem do esquema de corrupção do clã Bolsonaro, o gabinete de Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) mantém ao menos três funcionários envolvidos no esquema de rachadinhas em cargos comissionados com salários acima de R$ 10 mil.
Segundo reportagem de Caio Sartori na edição desta quarta-feira (29) do jornal O Estado de S.Paulo, um dos funcionários que ainda atua no gabinete é Jorge Luiz Fernandes, chefe de gabinete do filho de Jair Bolsonaro (Sem partido).
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), a esposa de Fernandes, Regina Célia Sobral, atua como funcionária-fantasma no gabinente, com remuneração líquida de R$ 13,3 mil no último mês.
O marido, que não é funcionário-fantasma mas é investigado como uma das peças-chaves do esquema de corrupção, recebeu R$ 23,4 mil.
Outro investigado, Edir Barbosa Góes consta como assessor de Carlos desde 2008. Em agosto deste ano, seu salário líquido foi R$ 16,9 mil.
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Quebras de sigilos em investigação das rachadinhas
Na última semana, o juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) autorizou o afastamento do sigilo dos registros de chamadas telefônicas e dos metadados de 11 ex-funcionários do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Câmara Municipal do Rio.
Rubioli é o mesmo que autorizou a quebra de sigilos fiscal e bancário do filho 02 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Com a quebra dos sigilos, os investigadores terão acesso aos dados armazenados nos celulares de um grupo de 11 ex-assessores do gabinete. Serão identificados o histórico de chamadas telefônicas efetuadas e recebidas, dados cadastrais, de conexão com Wi-Fi, de localização e das antenas que tenham sido utilizadas pelos investigados enquanto trabalharam na Câmara do Rio, em períodos entre 2005 e 2019.